“Não vou ficar”

Roberto Carlos estava no início de carreira quando, em 1969, gravou “Não vou ficar”, composta por Tim Maia. Na letra o “eu lírico” fala da sua decisão em romper um relacionamento ao perceber que não há mais clima de convivência.

“Há muito tempo eu vivi calado/Mas agora resolvi falar/Chegou a hora, tem que ser agora/E com você não posso mais ficar/Não vou ficar, não”. A relação entre duas pessoas que se gostam só perdura enquanto houver interesses recíprocos, confiança mútua, respeito bilateral. Muitas vezes, uma das partes permanece sem demonstrar sua insatisfação na esperança de que a aliança seja preservada. Não obstante, desentendimentos, mantinham as aparências de um convívio de harmonia. No entanto, conforme afirma o “eu lírico,” não conseguiu mais manter o silêncio, quanto ao desconforto que estava sentindo, e resolveu falar. Não há mais como adiar essa determinação. Vai se afastar da pessoa com quem se relaciona, “não vai mais ficar”.

“Toda verdade deve ser falada/E não vale nada se enganar/Não tem mais jeito, tudo está desfeito/E com você não posso mais ficar/Não vou ficar, não”. Está disposto a dizer tudo o que vem lhe incomodando nessa relação, porque entende que de nada adianta continuar se enganando. Isso seria um desrespeito a si próprio. Então, manda o recado: “Não tem mais jeito, tudo está desfeito”. Ponto final, não tem retorno.

“Pensando bem/Não vale a pena/Ficar tentando em vão/O nosso amor não tem mais condição/Não, não, não”. Depois de muita reflexão, chegou à conclusão de que não será bom permanecer tentando se ajustarem. Afinal de contas, não tem dúvidas de que o que dava forças a esse elo de entendimento já não existe mais. Portanto, impossível ter continuidade.

“Por isso resolvi agora/Lhe deixar de fora do meu coração/Com você não dá mais certo e ficar sozinho/ É minha solução, é solução sim (ah,ah)/Não tem mais solução, não, não, não”. Tudo o que passou nos últimos tempos foi o suficiente para chegar à conclusão de que é melhor caminhar sozinho. A companhia de até então já não lhe dá prazer e felicidade.

• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”

 

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