O discurso do PSB e seus efeitos na Paraíba

{arquivo}Ninguém de bom senso, sejamos francos, pode ignorar a habilidade de fazer política do governador Ricardo Coutinho, que chegou onde chegou por reflexo exatamente desta condicionante, É certo que mexeu demais nas pedras, alterou bruscamente sua retórica e acumulou demasiadamente (e desnecessariamente) um “mundo” de pedras no caminho futuro à vista.

Mas, conceitos à parte, desde as últimas horas as TVs rodam um VT do Partido Socialista Brasileiro ancorado pelo próprio governador falando de mundos e fundos de sua trajetória nestes três últimos anos.

Se reparar bem, um dos aspectos mais fortes da exposição do governador é dizer que atraiu Bilhões de reais para seu governo e que, com base em lógicas conceituais do tipo Orçamento Participativo e Incentivo ao setor produtivo, está mudando a Paraiba.

Prestando bem atenção, não se pode dizer que ele é nulo neste quesito de obras, pois pontua o Centro de Convenções, estradas, algumas intervenções “por vir” em João Pessoa, etc, entretanto, com base na sua plataforma de promessas em 2014 há de se afirmar que tudo está muito aquém do prometido.

Tomemos como exemplo a questão do Turismo. Ele pontua no programa que está fazendo o Centro de Convenções, diz ter apoiado o maior São João do Mundo, da mesma forma o Vale dos Dinossauros e por isso a política de turismo do seu Governo é o maior de todos os tempos. É difícil dizer, mas não é dessa tamanho dito, mesmo reconhecendo nele a condição de ter dado continuidade à construção do Centro de Convenções – a partir do projeto dos governos anteriores de Maranhão – Cássio – Maranhão, que deixaram tudo pronto para sua execução.

No exame desta questão econômica, a partir do estrutural, o governador não admite, mas precisa fazê-lo, mostrando que a indústria sem chaminés na Paraíba tem crescido a partir de João Pessoa, entretanto, como fruto de investimentos continuados dos governos anteriores e das gestões na Prefeitura da Capital. Ele tem dado sua contribuição, mas não é exclusiva dele.

A rigor, até na propaganda, ele não foi correto na abordagem do turismo de evento com o Folia de Rua, que omitiu apesar de grande atrativo às vésperas do Carnaval de onde usufruiu muito, com o Circuito do Frio, etc, e no caso do Maior São João do Mundo, a rigor, ele deixou de apoiar quando antes Veneziano e na sequencia, em sendo governo então aliado de Romero Rodrigues, mereceria de maior aporte – algo não acontecido.

Trocando em miúdos, Ricardo já com muitos cabelos brancos à prova, pontua seu instante de gestor de domínio de cena, mas com resultados muito aquém do que prometera.

É como que os Bilhões anunciados tivessem pouco impacto porque não chegam ao bolso e às vistas das pessoas, por isso não impactam nem alteraram o nível de vida dos paraibanos, sem contar segurança, saúde, cultura, etc, todos contextos fundamentais e problemáticos sem o tamanho do prometido.

Em síntese, vai precisar de muito verbo e verba para convencer a galera do bairro da Torre para continuar no Palácio da Redenção..

O TESOURO DESPREZADO

{arquivo}O governador não tem mais focado sua fala no processo histórico, mas o maior dos seus legados – a esperança de uma nova cultura política e de relacionamentos entre todos os segmentos deixou de existir, faz muito tempo.

Ricardo foi ungido porque expressava ser o novo, a voz viva dos segmentos organizados e com uma nova cultura prometida de superação sem ranços nem retaliações.

Chegou ao governo e se afastou deste legado, isolou-se, tirou de perto todos os vinculos com os compromissos e pessoas assumidas na sua formação e passou a ser “outro” Ricardo, autoritário, sem mais ouvir nada nem ninguém adotando a postura de que “ou está comigo, ou está contra mim”, algo na contramão da História.

Este sentimento de esperança, seu maior patrimônio, há tempo se transformou em pesadelo por falta da manutenção do jeito político que fez encantar a tantos e logo, como fez FHC, pediu para que todos esquecessem desse Ricardo, que não existe mais.

É duro, mas é a pura realidade. Que pena!

ÚLTIMA

“Cada um colhe o que planta…”

 

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