{arquivo}A esta altura do campeonato constatar que o ex-presidente do PT, José Genoino, foi o único condenado no processo do mensalão a depositar R$ 667 mil para pagar dívida à Justiça, fruto de uma rede de solidariedade nacional, há que se dizer muito mais, senão pela força do significado e trajetória do também ex-deputado federal. A Grande Midia se contorce de raiva diante de fatos assim, mas como historia tem de ser contada.
Em torno de Genoino há um personagem marcante na Política com P maiúsculo exercida como desses utópicos que sempre sonhou na inversão da pirâmide social para resolver as imensas desigualdades, precisando, no decorrer do processo de vida, recorrer muito mais à coerência, à ética, ao debate e à conduta destemida em favor dos menos favorecidos, sobretudo, da Constituinte de 1988 em diante, quando se destacou como um dos mais competentes parlamentares no manuseio regimental do Congresso.
É evidente que, com sua conduta de aço ideológico, foi açoite e estilingue contra muitos desmandos nestes País deixando feridas em muitas pessoas que se vingaram com sua condenação, esta mais política do que à base do amplo Direito pleno, porque sua punição e até torcida de morte significariam expurgar um líder tratado à Direita como uma pedra no caminho de muita gente.
Mas, quando menos se esperava, o PT e mais do que a militância petista, milhares acabaram compreendendo a necessidade de construir sobrevida decente a Genoino, à quem as lutas democráticas do Brasil deve muito como classe média e doutrinadamente refém das lutas dos menos favorecidos.
A Solidariedade a Genoino não pára aí porque o embate conceitual e político com os setores conservadores do STF só está começando, agora atraindo o apoio aberto de muitos Constitucionalistas, a exemplo de Ives Gandra, por vários motivos e títulos, entre os quais se fazer justiça noutro patamar de dignidade e respeito ao direito de quem os tem.
A história ainda fará justiça plena, sob a sombra da solidariedade dos que não querem mais ver o Brasil retroceder.
“Never more”, como dizem os meninos letrados do bairro da Torre.
