A música “Dia branco”, de Geraldo Azevedo e Renato Rocha, lançada em 1981, tem em sua letra uma extraordinária mensagem lírica. Um convite e uma promessa. Uma expectativa de viver um grande amor. Mistura intenção e condição, de forma integrada, na formulação da possibilidade de viver a experiência amorosa desejada.
“Se você vier/Pro que der e vier/Comigo…” O chamamento à cumplicidade, já define que se a resposta for positiva, será para uma relação intensa, “pro que der e vier”, incondicional, plena. Há uma ansiosa espera no retorno da proposta. Mas é uma expectativa otimista quanto à correspondência de sentimentos.
“Eu te prometo sol/Se hoje o sol sair ou a chuva…”. A hora da promessa. Para conquistar o amor que deseja faz qualquer coisa. Garante o “sol” em qualquer situação, ou mesmo a chuva. Exagera no compromisso de fazê-la se sentir contemplada no que pode lhe causar prazer, felicidade, alegria. O que importa é que ela saiba que ele está disposto a tudo para conquistá-la.
“Se a chuva cair/Se você vier/Até onde a gente chegar/Numa praça na beira do mar/Num pedaço de qualquer lugar…” Mesmo que caia uma tempestade, mas “se ela vier” até onde ele possa estar, fará o possível para cumprir a promessa. Não importa o local onde possam se encontrar, o que vale é estarem juntos celebrando o início de um romance que se deseja perene, eterno.
“Nesse dia branco/Se branco ele for/Esse tanto/Esse canto de amor/Esse tão grande amor/Oh! oh! oh!”. E se o dia não for cinzento, chuvoso, sombrio, tanto melhor. Assim esse canto, esse lugar, que se fará cenário de origem desse amor, será o palco de uma história que se pretende infinita.
* Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”
