{arquivo}O senador Cicero Lucena chegou ao Natal e festejos de fim-de-ano comemorando fatos expressivos na sua carreira política, depois de um ano de muitas proposituras no campo da saúde, resíduos sólidos, dividas dos produtores rurais, etc, mas nenhuma teve sabor mais especial do que a recente decisão da Justiça Federal de considerá-lo inocente, sem envolvimento algum, com falcatruas que lhe foram imputadas no passado recente.
Na prática, significa dizer que ele teve mais uma de uma série de resultados judiciais favoráveis ao seu desempenho público livrando-o definitivamente da pecha de corrupto, como tanto se fez reproduzir nos discursos de campanha, sobretudo pelo maior de seus algozes, atual governador Ricardo Coutinho, que subiu muito na cotação da cidade de João Pessoa exatamente em cima dessas acusações, agora consideradas infundadas pela Justiça Federal.
Cicero há anos sofre com essa Cruz pesada sob seus ombros. Homem de gestos simples, sem frescura – como dizem os meninos do bairro da Torre, ascendeu muito na vida pública até que o tal caso da Confraria o abateu quase de morte matada. Ele, Lauremilia e seus filhos sofreram o “pão que o diabo amassou” para, anos depois de sofrimento, surgir o veredicto de sua inocência.
E agora, como ficam os anos de prantos, dores e recolhimento frente a esse novo status? O que ele pensa ou vai fazer diante dos seus algozes, em especial Ricardo, que, como disse, subiu no conceito da Capital justamente em cima das acusações contra Cicero?
Seja como for, é preciso fazer mais do que Justiça ao “Caboclinho”, como também é chamado na intimidade, porque a “punição” impagável de antes não pode ficar no esquecimento nem passar a ser página morta na vida do senador paraibano.
Um desses predicativos e reparos até pode ser dado em 2014, quando da disputa exatamente pela sua vaga no Senado, até porque, se antes era o medo do ficha suja na conjuntura, faz tempo isso deixou de existir, em face também das decisões expostas pela Justiça Federal.
Cicero lavou a alma, mas alguém precisa enxaguar, pagar pelo mau que cometeu e comete a tanta gente, como se a maldade fosse parte de uma cultura política no Estado – hoje entendemos inaceitável para os tempos de hoje e de sempre.