{arquivo}O ato voluntário de diversos réus do caso Mensalão de se entregarem nesta sexta-feira, dia da Proclamação da República, depois de sabido do mandado de prisão expedido pela Polícia Federal a partir de decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, é fato que abalou o pacato feriadão e, de agora em diante, renderá o tamanho do impacto que a disputa eleitoral de 2014 terá precocemente sem estancar o maior dos enfrentamentos entre Esquerda e Direita no País.
Em meio a tantas manobras e interesses, como os que se apresentam neste e outros importantes casos, ao que tudo indica marcharemos para a reprodução no Brasil no próximo ano em escalar maior do que aconteceu na eleição da Venezuela, porque Setores da Grande Midia querem isso, apostam nisso, como fator para impedir ou estancar a reeleição de Dilma Rousseff em 2014.
Neste contexto, a punição de lideres do PT “cai como uma luva”, mesmo sabendo-se que a exploração se dá há anos, a exemplo de 2012, sem efeito prático na opção popular em larga escala porque a maioria da sociedade não embarcou neste clima plebiscitário contra o Governo petista.
O ESPETÁCULO DO ATO DO PRESIDENTE
Em princípio, sob efeito da informação merecedora de chamada especial da Rede Globo, a decisão do STF satisfaz com regozijo a euforia dos setores mais conservadores da Sociedade Brasileira sob o manto da pressão incomum da Grande Mídia e argumento repicado na Justiça como que querendo intuir que enfim, vigora no Brasil de injustiças a condição paladina de se prender ricos e políticos e não só pobres, embora esta tática esteja muito longe de frear a onda e efeitos contestatórios à medida do presidente do STF.
Primeiro, porque aproveitar-se da simbologia da República não é a mesma coisa de aplicar a normalidade da Lei frente, agora com uma velocidade desmedida de um caso que, se chegasse a segunda-feira, teria mesmo efeito relevante, mas não, como pareceu se dar, na “espetacularização do fato” em plena efeméride da Proclamação como a produzir manchetes portanto também espetaculares.
ALÉM DO ACATO, A CONTESTAÇÃO
Mesmo partindo do pressuposto basilar de que decisão da Justiça não se discute, cumpre-se, pois todos os réus têm agido assim, a partir de agora os desdobramentos do fato consumado haverá de tomar conta das ruas e dos ambientes politizados porque o Julgamento da forma conclusa não exclui conceitos em expansão até em setores elitizados do Sul/Sudeste, predominadores do Capital e da Opinião, segundo os quais o STF esteve longe de ser acatador da Justiça ampla e irrestrita.
Por uma razão simples: decisões prolatadas pelos Senhores Ministro em placares apertados geraram conclusão processual do caso Mensalão, mesmo nele havendo informações dando conta de que não há provas materiais concretas contra alguns dos réus, a exemplo do ex-Ministro José Dirceu, mas que com inovação na forma de interpreta a Teoria do Direito ferindo principais basilares no Direito Internacional, eis que vingou a ferro e a fogo o novo conceito de punição sob a pressão da Grande Midia.
Ora, se não houve nem há provas comprobatórias, então não se remete o cenário a reavaliação porquanto admitem os embargos infringentes? Pune-se sem admitir o contraditório para não satisfazer aos setores dominadores da informação no Pais?
Em síntese, as prisões apenas começam a abrir um grande debate e, mais o que isso, a antecipação do processo eleitoral em larga frente e escala.
Daí a importância da postura da presidenta Dilma Rousseff para impedir a ingovernabilidade, diante da radicalidade de futuro, que ela certamente conseguirá pela mão segura e política de agir com resposta à altura.

