{arquivo}{arquivo}A partir deste sábado, a Paraíba passa a conviver com a presença real de médicos estrangeiros selecionados e contratados para atuar em 13 municípios do Interior do Estado onde médicos brasileiros, paraibanos em particular, não se dispõem a atuar regularmente gerando domicílio nessas cidades para exercer exclusivamente a Assistência Básica – a razão do programa “Mais Médicos”.
São sete homens e seis mulheres advindos de Cuba (9) e Espanha (4) para atuar exatamente nas seguintes cidades: Água Branca, Cacimba de Dentro, Serra Grande, Baraúna, Pedra Lavrada, Gado Bravo, Damião, Aguiar, Picui, Santana de Mangueira, Taperoá, Baia da Traição. Havia programado o município de Areia, mas a prefeitura local resolveu desistir até agora sem explicar porque.
A ação dos médicos estrangeiros se enquadra dentro da política adotada pelo Ministério da Saúde para enfrentar de vez a catastrófica realidade da periferia brasileira onde, por absoluta falta de médicos brasileiros interessados em se envolverem com essa realidade periférica, inclusive residindo nas localidades mais distantes, eis que a alternativa foi abrir a oportunidade para médicos estrangeiros suprirem essa demanda inevitável.
Mas, como já se sabe e se acompanha pela Midia, as entidades médicas estão radicalmente contra sob argumento de ameaça ao mercado brasileiro e de riscos à população – condicionantes frágeis, portanto inconsistentes, porque para terem aval do Ministério até chegar na cidade, o médico passa por exame acadêmico e de Lingua, ou seja, a habilitação de preparo profissional se faz respeitar.
Só que, por efeito de burocracia, como se dá nos países à fora, o Conselho Regional de cada Estado precisa gerar anuência para não constituir-se em invasão de mercado. É aí que reside o problema diante da radicalidade Corporativista das entidades negando a validade da ação do médico estrangeiro, embora os Tribunais Federais tenham se manifestado pela adoção da validade e contra a resistência dos CRMs.
A ESSÊNCIA IGNORADA
O Programa “Mais Médicos” é na atualidade a mais forte demonstração de Política Pública interessada de fato em resolver o drama absurdo da desassistência médica nos rincões, nas periferias, onde por opção particular os médicos brasileiros se recusam a adotar porque preferem viver nas médias e grandes cidades.
É por conta desta constatação e de outros interesses que, com a constatada ausência de médicos brasileiros, o Ministério tomou a decisão difícil mas acertada de abrir espaços exclusivos ao atendimento básico nesses locais onde a população brasileira morre por falta de assistência médica.
Ora, se o programa se restringe apenas e só a esse componente de atuação da profissional regularizada em todo o Mundo – e não só no Brasil agora, por que se recusar ao oferecimento de humanismo para as pessoas que mais precisam?
Os médicos podem não estar se apercebendo, mas agindo como estão vivem o maior dos retrocessos humanitários – visto que a população brasileira já se manifestou favorável à existência do atendimento básico oriundo do atual programa, portanto, é chegada a hora dos CRMs e outras entidades caírem na real.
Uma coisa é reserva de mercado, onde a maioria se manifesta a favor das entidades, outra é impedir que o Brasil ofereça tratamento humanitário na ponta aos seus irmãos mais necessitados.
UNIVERSIDADES NA CONTRA-MAO
Em face do corporativismo, essencialmente isso, treze Universidades Federais brasileiras se manifestaram contra a possibilidade de contribuir com o programa “Mais Médicos”.
É absurdo inominável que, espera-se a UFPB ou UFCG, não reproduza essa (im)postura porque a ação humanitária do Pragrama “Mais Médicos” não pode sofrer o boicote absurdo de quem gera a formação humanista na área especifica.
JURAMENTO DE HIPÓCRATES: HUMANISMO FUNDAMENTAL
{arquivo}{arquivo}A propósito da realidade vivida pela sociedade no Mundo, incluindo o Brasil velho de guerra, vamos lembrar os ensinamentos do Pai da Medicina, cujo Juramento todos fazem na hora da ascensão à Missão Nobre dos Médicos. Diz o Juramento:
” Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higia e Panacea e por todos os deuses e deusas, a quem conclamo como minhas testemunhas, juro cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.
ÚLTIMA
“Vamos precisar de todo mundo/
Pra banir do mundo a opressão…”
