NÃO ÀS VOZES DO ATRASO

O Brasil tem, sim, que se orientar pelas vozes progressitas das ruas. Mas tem que ficar atento aos perigos dos discursos saudosistas e reacionários, que cultuam e defendem o conservadorismo e os privilégios das elites. Estes, não raro, pregam o pessimismo econômico, para justificar reduções de benefícios sociais aos mais pobres.

Essas vozes do atraso distorcem a realidade brasileira, buscando influir nas politicas governamentais, em favor de poderosos segmentos econômico-financeiros. No semestre recém-findo, alardearam a falência da economia do país. A inflação galopante estaria em curso, com as finanças públicas deterioradas e o dolar em explosão crescente. A recessão seria uma questão de meses. A verdade é outra, e está vindo à tona.

Neste segundo semestre, o Brasil terá uma inflação mensal variando de 0,1% a 0,3%. Para o ano de 2013, a inflação será de 5,5%, muito abaixo do limite da meta de 6,5%. Se o preço médio do dolar não tivesse aumentado de R$1,8 em 2012 para R$ 2,1 em 2013, a inflação deste ano ficaria muito próxima de 4,5%, o centro da meta. Essa valorização do dolar vem de fora, e afeta todo o mundo, em função das politicas fiscais e monetárias dos Estados Unidos.

A situação das finanças públicas do Brasil é uma das melhores, no contexto mundial. A relação dívida públida bruta/PIB é de 60%. Ao final do ano, o superávit primário será de 2,5% do PIB e a conta de juros 5,2% do PIB. O déficit nominal será de 2,7% do PIB. Nos Estados Unidos, que vêm tendo a melhor recuperação da crise de 2008, a divida pública/PIB é de 100% e o déficit fiscal/PIB 7%.

O crescimento do PIB do Brasil, em 2013, será de 2,5% a 3,0%. O que é um excelente resultado, comparado aos 0,9% do ano anterior e ao cenário mundial. A taxa de crescimento do PIB dos Estados Unidos cairá de 2,2% em 2012 para 1,7%, a do PIB chines de 7,8% para 7,2% e a do PIB dos países da Europa, neste ano, será negativa, em -0,8%. O PIB mundial, que cresceu 3,3% em 2012, aumentará 3,0% em 2013.

Os críticos apologistas do caos cobram do Brasil o impossível, diante da profunda e longa crise econômica global. Deviam ler as recomendações do G-20, formado pelas maiores economias do mundo. Na reunião desse Grupo, em Moscou, encerrada em 20.07.2013, deu-se a maxima prioridade à recuperação das economias e do emprego. No quadro atual, a estabilidade fiscal e monetária ficou em plano inferior.

Luís de Camões, nos seus magistrais versos épicos do Canto IV de Os Lusíadas, eternizou o espírito acre, pessimista e reacionário do Velho do Restelo. Esse personagem simbolizava o descredito no êxito da primeira expedição para a Índia. A história demonstra que os empreendores portugueses estavam certos.

Agora, o espírito do Velho do Restelo renasce nas elites conservadoras do Brasil. Mas o temor não é pelo risco de malogro e sim do sucesso do projeto nacional de desenvolvimento com inclusão social. Essa viagem rumo á properidade não tem retorno. As vozes das ruas estão dizendo, e pra valer, que o Brasil tem que ser de todos os brasileiros.

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