Os contos têm muito a ensinar sobre costumes e valores da sociedade moderna. É o caso de uma famosa fábula escrita pelo dinamarquês Hans Christian Andersen. Ele narra que existia um rei muito vaidoso que contratou uns alfaiates para prepararem uma roupa que exaltasse toda sua vontade de exibição diante dos súditos. Espertos os alfaiates disseram para ele que costurariam uma roupa mágica, feita com ar.
Então o monarca embusteiro foi desfilar com os novos trajes em praça pública. Seus súditos, anestesiados pela subserviência, aplaudiam sua passagem e elogiavam a roupa, porque estavam cegos pela idolatria. Até que uma criança enxergou o óbvio: o rei estava nu. E gritou. Na verdade a exclamação do menino representava o desejo de todos. E encorajou a adesão dos demais a perceberem a verdade. Realmente o rei estava nu.
Na vida real esse conto se repete. Existem muitos “reis” que passeiam com trajes que as pessoas imaginam decentes, porque estão como que hipnotizadas. De repente, alguém prova que o “rei está nu” e acorda a consciência coletiva. E todos percebem a sua nudez que ninguém enxergava antes.
A esperteza desmascarada, o imaginário da honestidade desconstruido, a falsa seriedade desmoronada. O “rei”, ao se ver nu , recolhe-se aos seus aposentos para se esconder. Tarde demais. A opinião pública já descobriu que a majestade é uma farsa. O reinado se desfez. Os conceitos se desmoralizaram. Afinal “o rei ficou nu”.
•	Integra a coletânea de textos que intitulei “REFLETINDO A SABEDORIA POPULAR (ditados, expressões e provérbios)”.
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