Existem pessoas que adoram provocar e irritar quem está quieto. Não sabem viver em paz, com harmonia, partilhar um bom relacionamento. Preferem sempre atiçar e incitar reações de mal estar. Tem prazer em viver perigosamente. São aqueles que vivem “cutucando a onça com vara curta”.
Ora, todos sabem que a onça é um animal selvagem, arredio e intolerante a provocações. E quando cutucada com vara curta, o seu agressor corre o risco de sair ferido.
Esse dito popular é uma advertência do perigo que se corre ao fustigar alguém com palavras de duplo sentido recheadas de ironia. É chamar para briga quem está ao seu lugar e não quer ser incomodado. E dana-se quando o “cutucado” é alguém mais poderoso.
Alguns cutucam por imaginar que a onça não é tão feroz quanto dizem. Outros o fazem por puro desejo de correr riscos. Mas, todos experimentam resultados desagradáveis com tal ousadia. Ninguém provoca um animal selvagem, poderoso e sai ileso. As consequencias são graves e deixam cicatrizes profundas.
Cutucar a onça com vara curta não é ato de coragem, nem de bravura. Mas, uma atitude infantil e negligente de subestimar a inteligência do outro. Já o corajoso opta por domar a onça, fazê-la obediente aos seus desejos, tratando-a com carinho e respeito.
Na vida nada se conquista na base da insensatez. Essa é a lição que nos ensina este provérbio. A afronta não produz a conquista, ao contrário, germina ira, rejeição e repulsa.
Portanto, não “cutuque a onça com vara curta”. Deixe-a sossegada no seu habitat. Com certeza não ficaremos expostos a problemas que não estamos preparados para enfrentá-los.
* Integra a coletânea de textos que intitulei “REFLETINDO A SABEDORIA POPULAR (ditados, expressões e provérbios)”.