{arquivo}BRASÍLIA – Meus caminhos, ultimamente, revelam um pouco da vida dos pássaros e seus voos em meio a outros ninhos, espécies e jornadas espetaculares. Nem acredito, volta e meia, com quem sento para dialogar e construir o amanhã.
Mas, nestes últimos tempos, o agouro se impôs próximo a outros pássaros da minha tropa, fruto desse misterioso mundo de Deus, onde é proibido saber o tempo de voo de cada espécie, entre os humanos chamados de gente.
De dentro das engenhocas fabricadas pelos homens, os tais aviões, dá para perceber com clareza como há guerras e lutas sem fim entre os “chamados” racionais em busca incessante do Poder, invariavelmente tendo o discurso aguçado de tudo estar sendo feito em nome da boa vida de todos os bichos, na terra chamados de povo.
A cada partida de um pássaro conhecido vem de pronto o filme completo a envolver tanta gente, tantas histórias e o mesmo destino final provando que de nada vale a sanha mortal de uns contra outros, sobretudo quando pouco se faz de fato pela expansão prometida de ninhos de fartura e de amor.
Amor? Na lógica animal, o mundo irracional anda mil léguas bem mais resolvido porque entre no mundo racional cada vez mais os desencontros se multiplicam e as novas gerações de pássaros já banalizam a vida volta em busca de um crack qualquer.
Desci em Brasilia, depois de tantos encontros e informações – no final da tarde tomado de notas tristes, de partidas para nunca mais voltar de homens que, como pássaros, diziam muito que iriam transformar a vida para melhor e, ao final, até deram fortes contribuições, mas o mundo continua à espera de mais gente boa e de gestos bons para estancar promessas e vidas irrealizáveis.
ÚLTIMA
“Eles partiram por outros assuntos/ juntos/
Mas no meu canto estarão sempre juntos…”
