{arquivo}Desde quando me entendo de gente que me sinto tocado com a história, a luta e a disposição de manter a chama acesa do Carnaval Tradição por parte de diversos dirigentes de escolas de samba, orquestras de frevo, tribos indígenas nos diversos bairros. Ver, como vi, Dona Inácia passando mal na Avenida Duarte da Silveira, mas colocando a Tribo “Pele Vermelha” em pleno desfile, traduz a dimensão desse quase heroísmo de nossos dedicados carnavalescos.
Este esforço, esta disposição renovada de pai para filho é a chama de tudo, mas nem por isso podemos mais nos calar diante da realidade nua e crua que, infelizmente, ao longo dos mais de 90 anos do Carnaval Tradição, ainda somos a exposição de uma pobreza estética a exigir correção de agora em diante.
Com todo o respeito aos diretores Carnavalescos das diversas agremiações, poxa como dói no coração atestar a falta de domínio estético mais apurado para fazer o mesmo carnaval com as mesmas condições existentes.
Não precisa entender das miudezas estéticas, de moda, de estilo, etc, para atestar nossa fragilidade no trato das fantasias na maioria das alas, embora nem tudo esteja ligado apenas às condições financeiras.
Para falar a verdade, cremos que o problema originalmente não está só no Dinheiro – poderoso fator decisivo em quase tudo – mas na estruturação e educação para a montagem de um desfile qualificado, mesmo com os parcos recursos. Aliás, de 2014 em diante, o prefeito Luciano Cartaxo precisa entender e melhorar o repasse de recursos às agremiações mas dentro de um planejamento prévio.
Quer saber mais: não custa muito à FUNJOPE (alô alô Mauricio Buriti) elaborar com o SEBRAE ( vide Julio Rafael), o SESC/SENAC – aliás, especialmente com o Empreender/JP, uma programação continuada a partir de abril trazer para João Pessoa nomes referenciados no Carnaval para ensinar nossa gente a cuidar melhor das lantejolas, cetim, plumas, etc dando um tratamento menos improvisado ou amador no trato das fantasias, bem como da estrutura macro do desfile.
Sou neto de Carnavalesco, aliás foi Severino Cândido quem sugeriu e teve o nome da Escola de Samba “Malandros do Morro” aprovado na reunião de fundação em 1957, tenho origem muito pobre, portanto, não me envergonho da condição social de nossos carnavalescos ao contrário os venero, mas não é nada disso o que estou dizendo, portanto, o prefeito e as lideranças do Carnaval Tradição precisam admitir novo processo de reeducação e construção dos novos caminhos.
Chega de chororô. Como nos disse o eterno campeão Joazinho Trinta, em 1995, diante da Malandros do Morro, “pobre gosta de luxo; só intelectual vive falando em pobreza”.
Para encerrar: não pode Dona Inácia se esforçar tanto e sair do Desfile cansada, passando mal, diante de uma apresentação que poderia e poder ser 100% mais e melhor sem um amparo maior.
Em tempo
Luciano Cartaxo inaugurou novo momento de incentivo e relacionamento facilitado com o Carnaval Tradição em nivel acima das gestões, mesmo assim tem muito ainda o que fazer.
A dor dos Bichara
E eis que tempo passa rápido. Nesta segunda-feira, a família Bichara realiza uma Missa de 1º Ano de Aniversário de Morte da inesquecível Ana Maria Monteiro Bichara Sobreira, falecida ano passado aos 63 anos, vitima de parada cardíaca depois de um processo de tratamento de câncer.
Na família, só muitas lembranças positivas e o apego do viúvo Ivan Bichara Filho e dos quatro filhos sustenta o apego ao significado dessa mãe exemplar.
Aos familiares, nossa eterna solidariedade nesta hora de reflexão.
ÚLTIMA
“Vamos precisar de todo mundo…”