{arquivo}BARRA DE GRAMAME – Parte do tempo neste domingo, ao lado de familiares e amigos, contemplei na solidão do meu pensamento observador, a cena sutil e profunda de ver Dona Elza Menezes, 84 anos, abelha rainha de uma família extraordinária mesclando Castelo Branco e Altiplano Cabo Branco como berços de formação de várias gerações, sentada ali, confortada, protegida e com um “olhar do além” intermediado com o sono justo das pessoas de bem.
Dona Elza sintetiza a imagem da mulher de fibra, que soube dosar dedicação à família de amor especial ao mestre companheiro José Menezes – pense num sujeito bom, humorado! – com a sobrevivência econômico-financeira, típica de classe média decente formando seus filhos e netos com dignidade. Se traduz ainda em exemplo espetacular de dedicação também à Igreja Católica, tanto que é uma das principais fundadoras da Igreja do Altiplano.
As pedras, tijolos e cal da igreja têm as marcas do esforço e voluntariedade de Dona Elza arrastando consigo todas as filhas, filhos, genros, noras, agregados, etecétara e tal a uma convivência com a espiritualidade e devoção a Deus, todo o sofrimento de Jesus Cristo, os ensinamentos de Maria, apóstolos, enfim aos servos de Deus.
Entre uma música e outra alegrando o aniversário encantador de Diego e Ellen Mary – sobrinhos queridos – volta e meia meus olhos contemplavam Dona Elza num patamar de quem dialoga com a força divina e a memória do que construiu, como se fora uma mulher santa, mesmo de carne e osso, sem se importar com os diálogos que mantém com Deus.
COMO SE FOSSE REAL
Cá, comigo, fiquei imaginando diálogos assim, dela com os “Seus”, estes já tomados da divindade dos Céus:
Dona Elza – Olha, Menezes, fique tranqüilo que por aqui seus filhos e netos, nossas familias vivem em paz, tomadas de devoção ao Pai Celestial cultivando o amor a Deus, à Virgem Nossa Senhora superando os problemas normais da vida. Confesso que sou uma mulher feliz em meio a tanta gente amorosa, Menezes, que me faz grata eternamente a Deus.
Seu Menezes (esposa in memorian) – Ohh Ohh que beleza, Elza! Estamos sabendo de tudo. Não só eu, mas Dona Julia, Dona Bebé vivem o tempo inteiro em reza e pedidos de paz e amor para nossa gente. Já não tem mais o pé de carambola – fiquei sabendo, pois nossa casa cresceu, mas estou feliz com o saldo de vida de todos vocês.
Dona Elza – Maria Júlia e Dona Bebé estão ai por perto, Menezes? Tranquilize às duas. Acompanho e sei de quanto foi difícil seus filhos e familiares superarem as dificuldades da vida, mas eles venceram, Menezes. Com a Graça de Deus e a capacidade de trabalho de todos eles, diga que dá orgulho olhar e ver as conquistas ds meninos e meninas.
Seu Menezes – Mande abraços pras meninas, todas, Juninho e Fernando, como a Dudão, Crispim, Gilberto, Lacet, nossos netos, nossas netas e não esqueça dos nossos filhos que adotamos na vida, como Walter, cabra de futuro, Maisa, Wellington, Ednaldo – olha, tenho uma saudade danada dele -, todos, enfim. Fiquei triste por não ver mais Carla no meio de vocês, mas isso faz parte da vida e Deus sabe prover a tudo. Bom, fique certa que estamos rezando, orando, pedindo sempre a Deus para ofertar amor, paz e prosperidade para todos vocês. No dia em que nos encontrarmos, mais do que abraço, vamos manter a irmandade que Deus permitiu para termos a família com o nível que temos. Um beijo de saudades, querida Elza.”
Em pleno aniversário com direito a Parabéns, Dona Elza não disse nada, mas precisou se levantar e saiu protegida por Fátima, Rose e Ethel em ato comum nos últimos tempos.
Mas, comumente, ela sempre reproduz diante de quem está por perto dela uma mensagem de fé: “Deus te abençoe”.
ÚLTIMA
“Onde houver trevas/
que eu leve a luz…”