A Política, a Lógica e a anti – política

{arquivo}O diretório Municipal do Partido Socialista Brasileiro anunciou nas últimas horas o que já se previa: sob a regência do seu líder, governador Ricardo Coutinho, recomendou aos filiados que votem Nulo ou se abstenham da eleição de segundo turno em João Pessoa.

Como dissemos, a posição era esperada, portanto, se traduz como óbvia. Mas, diante deste cenário, vejamos como ela enseja outras leituras desconformes da práxis política quando a se pratica com P Maiúsculo – o que não vem a ser o caso de agora.

Reporto-me, como exemplo, ao caso do PCB – Partido Comunista Brasileiro, de Luiz Carlos Prestes (alô alô Dr Wilson!) que teve sua companheira Olga Benário extraditada por Getúlio Vargas e entregue à GESTAPO – a famigerada estrutura de maus tratos do Nazismo dizimado mas que, anos depois, em nome da tese Nacionalista, do interesse do Brasil apregoada pelo mesmo Getulio, eis que Prestes acabou apoiando o líder trabalhista do Século passado na eleição seguinte.

O PCB e Prestes exercitaram o pragmatismo elevado, que Brizola fez com Lula na eleição contra Collor, quando no segundo turno consolidou seu apoio ao Lider petista, mesmo admitindo que estava tendo que engolir um sapo – expressão muito comum no bairro da Torre expressando desconforto superado.

Mais recentemente, Lula e o PT precisaram conviver com uma baita derrota em Recife – cidade governada pelo petismo há 12 anos – para o aliado e líder, governador Eduardo Campos mas, passada a eleição, já se conversam e retomam projetos comuns.

Isto chama-se Política com P maiúsculo, bem longe de ser praticada em nosso solo porque o ódio tomou conta da razão e o raciocínio pragmático cedeu ao absolutismo de posturas individuais desconexas da lógica coletiva porque, não fosse a crise criada pelo líder do PSB, a razão indicava que o apoio no segundo turno teria de ser ao PT, que tanto serviu à Carreira política do governador.

Como maltratou demais o prefeito Luciano Agra, destratou demasiadamente o PT e Luciano Cartaxo, além de ter sido injusto com todos eles, Ricardo Coutinho deixou que a vaidade fosse maior do que a lógica, daí a decisão de agora, desconforme dos grandes fatos e personagens da política brasileira.

Como diria Maria Julia, minha mãe in memorian, cada um dá o que tem.
 

Mais Posts

Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?
Controle sua privacidade
Nosso site utiliza cookies para melhorar a navegação. Política de PrivacidadeTermos de Uso
Ir para o conteúdo