Na área, a internacionalidade de Washington Espínola

                                     Para Dona Zefinha (in memórian ) e Roberto Lira

{arquivo}Quem puder, sugiro que não perca a oportunidade de assistir aos shows do instrumentista e interprete Washington Espínola – o mais internacional dos guitarristas da Paraíba de todos os tempos com curta agenda em João Pessoa. Neste sábado, à noite, soube que ele se apresenta no espaço cultural da empresa de energia defronte à Igreja da Lourdina, na Torre.

Faz tempo que o reconhecido guitarrista trocou as areias de Manaira – título de um de seus LPs – pela frieza temporal do entorno dos Alpes, a partir de Genebra, mas de efervescência cultural sem igual para consolidar um dialogo global de presente e futuro com raízes umbilicais nunca deixadas de lado por ser motor de sua imaginação.

” Procissão ” – uma das faixas de seu ultimo CD duplo “GREATEST HITS” – coletânea tipo mergulho profundo de sua obra – bem sintetiza o link contemporâneo de uma obra com forte identidade no Rock`inrall, mas provido também de outros sinais e outras afeições de matrizes musicais diferentes. A essência, contudo, revela uma letra profundamente pessoense com as influências das figuras excêntricas da cidade de Nossa Senhora das Neves.

{arquivo}Em principio, sempre que se fosse possível acessar a obra musical de Washington Espínola invariavelmente a imagem primeira absorvia seu vinculo e gosto primeiro pela guitarra. Esta paixão o fez dependente da musicalidade solista profunda, dos acordes universais – valores absorvidos pelas grandes feras da revolução comportamental produzida por esse instrumento.

Da Paraíba, até onde a vista alcança, vejo poucos como Dedé (in memórian), Alex Madureira e Zé Filho – este ainda em plena atividade magistral – a nos inserir enquanto gente artística no valor e gabarito internacional. Nao confudamos com Fama, que é outra coisa.

Nenhum dos três Paraíbas agora citados – enfiados na capacidade dos solos geniais – deixam a desejar em qualquer palco ou ambiente onde a guitarra se faça indispensável.

De uns tempos cá, Washington Espínola se aprofundou mais em outros estilos e línguas – certamente influenciado pelo francês em Geneve – sem negar a força dos HITS ingleses – ou da língua inglesa – produzindo canções, ao mesmo tempo se expondo como interprete ao estilo Bob Dylan neo paraibano de influencia Suíça. Eu mesmo já o vi por Genebra, Festival de Montreux…

Desse balaio só pode se extrair a multiplicidade de ritmos, a excentricidade das letras, mesmo diante de uma voz pequena, mas do tamanho de um guitarrista top, do tipo nota 10 jorrando sabedoria ritmada com a força da matriz roqueira, melhor dizendo quitarristisca.

Depois de passar dos 50 anos, Washington Espínola se expõe rejuvenescido com o fulgor de musico e compositor tão apaixonado pela musica, que nao cancelou o show um dia depois de levar sua mãe para o andar superior, posto que ela falecera na véspera de seu encontro musical com João Pessoa.

Grande Washington Pessoalmente Espínola!

PRA QUE SERVEM OS CINQUENTÕES

{arquivo}O show de Washington no SHOPTIME – a única opção existente para público específico de música segmentada – levou ao palco mais do que Roberto Lira (e sua gaita inseparável) e o dominio do contra-baixo e bateria de alta categoria com Sérgio Galo e Chico Mino, posto que eram tantos e vários os olhares Cinquentões fissurados na apresentação.

No público de gente muito boa, sem dúvidas, havia fauna e flora para todos os gostos. Rebeldes do passado, cabeças feitas e irreverentes, intelectuais sisudos, saudosistas querendo voltar o tempo – todos sentados comportadamente – o que somente o tempo é capaz de fazer, isto é enquadrar os impulsos nos gestos comuns.

Afora Ednamay Cirilo, cujos parafusos se mantêm em sintonia pra frente e pra trás, tudo era comportadamente diferente da zueira das antigas.

Só a cabeça parecia afinada no mesmo repertório de um músico que fez tanta gente se inserir numa espécie de tunel do tempo mostrando, sobretudo agora, de que é preciso saber viver, e viver intensamente enquanto temos vida.

EM TEMPO

Devo agradecer de público a cessão das fotos por David Trindade Filho.

ÚLTIMA

Nossos ídolos ainda são os mesmos/

e as apararências não enganam, não…”

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