{arquivo}Parte do sábado, convivemos com um fato relevante no mundo dos esportes que foi atestar a primeira medalha de Ouro do Brasil conquistada por uma jovem Judoca do Piaui de nome Sarah Menezes, de 22 anos, superando a romena Alina Dumitru.
Para quem não sabe, este é o melhor resultado para o judô feminino em todos as edições de Olimpíadas. Mesmo deste feito histórico, impressiona-me como um feito dessa proporção tem tratamento diferenciado para baixo, menor, do que quando se está diante de um atleta forjado nos tatames de Curitiba, São Paulo ou Porto Alegre.
Tudo bem que a Record (exclusiva na cobertura) fez menção, da mesma forma que a Rede Globo focando em 40 segundos no Jornal Nacional o status conseguido pela atleta piauiense, mas insisto em afirmar que, fosse Cielo conquistando o Ouro na Natação a paparicação, o oba – oba sem fim e superdimensionamento do atleta seria infinitamente superior, léguas de distância.
Na prática, Sarah mereceria (e merece) maior dimensão porque expõe a múltipla superação que tem um atleta oriundo do Nordeste onde, diante de tantas dificuldades, até o preconceito é preciso superar. Aliás, o mérito dela está em ser vencedora na formação de um status de reconhecimento internacional, mesmo com o umbigo em Teresina. Não é tarefa fácil para quem cuida também da sobrevivência particular.
Cá pra nós, como todos sabem, a classificação da judoca piauiense foi garantida após ter derrotado a belga Charline Van Snick na semifinal do peso-ligeiro.
Por essas e outras, a técnica Rosicléia Campos, o treinador Expedito Falcão e as irmãs da atleta Samia e Samara – presentes ao ginásio carregando as bandeiras do Brasil e do Piauí fizeram sua parte, a parte dos Nordestinos vencedores diante da insensibilidade inaceitável da Grande Midia nacional.
