Novembro/1968: União Livre dos Estudantes da Paraiba

       

Os estudantes secundaristas paraibanos tentaram se reorganizar na realização de um encontro que, em princípio seria o I Congresso da União dos Estudantes Livres da Paraiba, mas transformado em Conselho por decisão unânime do plenário, em razão das críticas dirigidas pela bancada da Capital sob a alegação de que  o encontro não tinha caráter de representatividade.

As quatorze horas e trinta minutos do dia dezesseis de novembro, no Seminário Diocesano de Campina Grande, foi instalada oficialmente a reunião,  marcada por fortes embates entre as bancadas de João Pessoa e Campina Grande, que demonstraram uma nítida divisão politica entre suas lideranças.

Quando a bancada de Campina Grande apresentou a chapa liderada por Pedro Coutinho, então presidente do Centro Estudantal Campinense, para concorrer às eleições da diretoria da UELP, as lideranças de João Pessoa lançaram como concorrente uma outra encabeçada por  Eldson Ferreira, presidente do Grêmio Daura Santiago Rangel, composta por líderes de várias cidades.

Atuando como “observador” o representante da ARES – Associação Recifense dos Estudantes Secundaristas, afirmou não ser possível aquela chapa apresentada pela bancada da Capital, por que era integrada por “elementos que divergiam politicamente”. As lideranças pessoenses se dirigiram sucessivamente ao plenário classificando de incorreta a decisão do dirigente pernambucano, pois “na prática, a luta do movimento estudantil é desenvolvida por lideranças que defendem pontos políticos divergentes”, e sugerindo de que a diretoria a ser eleita naquele encontro tivesse caráter provisório, até que uma outra fosse escolhida durante o Congresso que ficou marcado para a segunda quinzena de maio de 1969. Os estudantes de João Pessoa também  denunciavam que o representante da ARES, naquela reunião atuando como “observador”, não podia ficar interferindo em todas as questões, algumas das quais de interesse exclusivo dos estudantes paraibanos.

Ao final do encontro, o estudante Pedro Coutinho foi eleito presidente do Conselho, como candidato único, já que a chapa indicada pela bancada de João Pessoa não foi aceita. Isso provocou a retirada dos estudantes que a defendiam, acusando os organizadores daquele evento como “cupulistas”.

Os secundaristas paraibanos, portanto, na primeira oportunidade de tentarem se organizar de forma conjunta a nível estadual, saiam daquele encontro mais divididos, o que era muito ruim para o movimento estudantil que enfrentava naquele período fortes repressões do governo.

• Esse texto faz parte da série COMO A PARAIBA VIVEU O ANO DE 1968
• Comentários e informações adicionais devem ser encaminhados para o email: iurleitao@hotmail.com

 

 

 

 

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