CAOA, a viagem de RC e o saldo da UFPB

{arquivo}O mega empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, condutor da mais importante revenda e produtora de veículos HYUNDAI no Brasil – mesmo com essência coreana – está em vias de anunciar até a próxima semana o local da Paraíba que sediará a nova planta de fábrica de caminhões, agora de marca Chinesa. Só foi ser anunciado o intento e o mundo político se excitou.

É preciso, antes de tudo, entender a legitimidade de todos que querem atrair a fabrica para seu reduto, ou seja, Campina Grande, Santa Rita e até o Brejo (vide Tião Gomes) – no caso ultimo, resolveu disputar para abrigar o novo incremento de alta monta financeira.

Dito isso, entretanto, precisamos entender que uma Planta não se instala num lugar por interesse do investidor ou do governante. Passa por uma série de fatores de viabilidade, desde localização, distância dos equipamentos aero-portuários, infraestrutura, incentivos, etc. De cara, estas condicionantes tiram o Brejo do processo.

Ficam a Grande João Pessoa e Campina Grande. Se perdurar o fator afetivo (não muito presente em negócios), a ambiência campinense leva vantagem pelo fato de CAOA ser vinculado à Campina, se for critério técnico a Grande João Pessoa atrairá melhores condições.

Agora vamos ver o tamanho da força de cada líder político puxando a brasa para sua sardinha.

RC: esforço importante em lugares errados

O governador Ricardo Coutinho passa o Governo nesta segunda-feira para viagem internacional à Espanha. Que bom que a Paraíba possa atrair investimentos estrangeiros de alta monta! Precisamos torcer a favor.

Mas, em que pese esse fator emocional de torcida, algo de errado anda sendo montado pela assessoria internacional do governador, que não se apercebe dos fatores econômicos externos, assim como a conjuntura econômica, para viabilizar os negócios.

Vejamos: meses atrás, ele procurou Cuba para atrair investimentos. Quem tem conhecimento mínimo de realidade sabe que a Ilha é hoje o lugar econômico decadente (mesmo considerando os fatores Educacao e Saude), portanto, pouco dará de retorno à Paraiba. É investimento inadequado a dados de hoje.

Pois bem: hoje ele vai à Espanha, país que enfrenta uma das maiores graves crises financeiras e sociais, portanto, é verossímel admitir que o governador não encontrará um cenário adequado, muito pelo contrário. Ora, se o Banco Central Espanhol anunciou a necessidade de captar novos recursos para salvar os bancos, como a Espanha vai ter condições de investir fora do Pais neste momento.

Tudo é simples de se entender, quando se quer.

A disputa que não houve; só formalmente

Desta sexta-feira em diante a UFPB vai conviver com uma outra crise que, cá pra nós, seria perfeitamente desnecessária se o legalismo judicializante não estivesse em torno da candidata Margareth Diniz. Ela foi, ontem, sozinha e seus aliados para a votação – esta boicotada pela candidata Lucia Guerra e outros apoiadores significativos.

Entendamos: o esvaziamento da eleição tratado pelos Experts da candidata Margareth como vitória é contestada no mesmo tom por outros setores da UFPB, a exemplo do professor Wilson Aragão, apontando 88% de abstenção – números esses que desqualificam o processo de votação.

A questão em tela neste momento, não é mais a liderança de Margareth – visivelmente inserida com favoritismo conjuntural – mas nem por isso o caminho buscado por ela, o de judicializar a disputa, resolveu seu intento de ascender à Reitoria porque, pode até considerar-se legalizada, mas tem legitimidade na forma posta.

Mais uma vez repito: o favoritismo em tese de Margareth não é nem nunca foi suficiente para se impor diante de uma anomalia política ferindo gravemente a Autonomia Universitária e transformando uma disputa normal em guerra de vida e morte para muitos, mas esta não é a essência da UFPB.

Os números de ontem, contabilizados pela Comissão Eleitoral, agora vão ser examinados pelo CONSUNI – este ainda refém da decisão tomada anteriormente de adiar a votação, mas ultimamente sufocado pela imposição draconiana da lei. Mesmo assim, ele (o Conselho) vai votar contra a sua própria decisão?

Em síntese, possa ser que Margareth reproduza aquele adágio famoso do bairro da Torre, segundo o qual o apressado como cru. Às vezes, nem come.

PRINCIPIOS QUEBRADOS

A candidata favorita, ansiosa para realizar a votação a qualquer preço, sob o manto da justiça, implodiu princípios básicos, como, por exemplo, a realização de debates (inexistentes neste processo de agora).

A pressa tirou da candidata favorita a legitimidade política, embora seja líder reconhecida.
Viva a Judicialização! – mas esta bandeira de luta é retrocesso, como forma de construir o futuro e manter uma instituição como a UFPB infensa de intromissões externas e com sua Autonomia preservada. O contrário se estabeleceu.

ÚLTIMA

“Cada um dá o quem…”
 

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