{arquivo}Quem não foi ao lançamento do livro “Paraíba – Memória Cultural”, de autoria do multifacetário artista e professor Chico Pereira (Editora Grafset), ontem, no Estação Ciência, em João Pessoa, que trate de buscar acessar esta importante obra de releitura do processo civilizatório da Paraíba até a contemporaneidade na exposição de símbolos, movimentos e pessoas na construção de nossa identidade.
Antes de mais nada, se faz imprescindível distinguir a natureza da obra, pois não se trata de uma crítica e exposição acadêmica dos vários processos históricos, mas nem por isso se minimiza diante da narrativa temporal do processo civilizatório paraibano.
Também pela influência que as artes pictóricas têm na formação do autor, o livro se reveste de um acervo extremamente bem concatenado de imagens – símbolos das várias fases, desde o nascedouro das inquietações européias que redundaram na conquista do Brasil e, nesse macro contexto, a consolidação da Paraiba como berço e personagem de nossa história.
A impressão é de que, como na marcação de um roteiro cinematográfico e pela síntese dos processos históricos narrados, a Obra deve suscitar reflexões, criticas ou questionamentos – dado o valor determinante de seu conteúdo – mas, como já admitira o autor na apresentação, este rico trabalho contemporâneo pode significar apenas o começo de uma remontagem critica de nossa historia abrigando em fases posteriores ajustes de que possa se fazer necessários.
Abstraindo a inquietude de quem não faz parte e/ou integra menções da narrativa da Obra, eis que em pleno tempo da pós – modernidade e seus valores movidos às influencias da tecnologia, Chico Pereira se reinventa com a coragem de reexaminar nossa História a partir de símbolos da antiguidade, o papel, mas transformando em eternidade sua leitura honesta e pertinente sobre o significado e origem de nossa gente.
Se é assim, sinto-me movido a repetir o poeta, segundo o qual, “o nome a obra imortaliza”, mesmo quando estar-se diante da “mais ampla síntese” pós José Octavio de Arruda Melo com mérito de grande obra contemporânea.