BRASÍLIA – O anúncio feito nesta semana pelo prefeito Luciano Agra de aumento aos servidores municipais de João Pessoa na ordem de 14% põe por terra qualquer dúvida existente quanto à sua reentre no processo eleitoral como candidato à reeleição, depois de frustradas todas as outras opções armadas pelo governador Ricardo Coutinho.
Maquiavelismo puro, é o que pode – se dizer de toda a elucubração em voga nos ultimos dias com natureza típica do teatro nô japonês onde o ator é ao mesmo tempo atriz – num bom sentido, claro, quando se expôs Estelizabel Bezerra para a estratégia muito conhecida pelos garçons que é o ” se colar, colou”. No caso de agora não colou.
O reajuste de 14% numa época de restrições econômicas e financeiras não só no Brasil como no mundo, traduz valores que precisam ser melhor examinados. Será pura e simples manobra política para se sobressair como “bom moço do servidor” no seu retorno como candidato? Como a maquina municipal vai suportar os efeitos dessa conta, quando todo mundo reduz gastos?
Há outro efeito a incomodar o Chefe do Prefeito, no caso o governador, que tem gerado o mais forte aperto na vida do funcionalismo: a reação do servidor estadual será imediata porque os dois são do mesmo campo e perfil, portanto, o servidor estadual não compreenderá como se conter apenas com meros 3% de reajuste.
O fato é que o prefeito transformou o ” reajuste fenomenal” – levando em conta a conjuntura de crise internacional, em espetáculo e exibição de que a PMJP nao se importa com dificuldades futuras e agora tem ele próprio como ator da superação da renúncia que foi sem nunca querer ter sido.
Agora é a contagem regressiva para, nos próximos dias, repetir aquela estratégia manjada de que em nome dos apelos aceitará o novo / velho desafio.
