O desmonte gradativo do projeto Girassol

Os últimos fatos políticos ocorridos em torno do esquema de Situação – melhor dizendo, do governador Ricardo Coutinho como líder do movimento denominado Coletivo – têm gerado desdobramentos preocupantes para o que um dia significou a unidade entre os Girassóis – hoje sem mais existir no mesmo nivel porque já não há mais confiança e transparência fundamentais nas relações.

O inicio do desmonte do projeto não é fruto do acaso nem do desleixo do líder do PSB. Ao contrário, é causa e efeito do excesso de comando individual do próprio RC desconstruindo o processo natural criado por ele, que seria a recandidatura de Luciano Agra na Prefeitura, agora permitindo a inexistência da unidade absoluta.

Como não quis se submeter a um projeto coletivo de Poder, onde o prefeito teria identidade própria, posto que começara a crescer politicamente, portanto passando a ter musculatura eleitoral própria, RC preferiu outra opção sem densidade política alguma, no caso Estelizabel Bezerra, como a dizer: vou fazê-la prefeita saindo do zero, de nenhuma importância eleitoral para inflar sua vaidade excessiva.

Esta opção gerou o maior dos desafios de toda a fase contemporânea do governador, que é querer imitar Lula elegendo Dilma (Estelizabel) sem admitir nem querer levar a sério que ele não tem a mesma dimensão do líder petista, logo seu desgaste em elevado nível durante tão pouco tempo pode levá-lo a um estrago danoso de proporção capaz de destruir tantas conquistas a partir da Capital.

Com a imposição de Estelizabel e a existência de projetos discordantes, como é o caso da pré- candidatura de Nonato Bandeira à prefeitura, o governador passa a conviver com o desconforto de ter um aliado fundamental desalinhado, mesmo que jure lealdade ao projeto, porque também Nonato não mereceu a confiança tão depositada e renovada ao longo dos anos.

Em sendo assim, a tão propalada unidade do projeto Coletivo passa a inexistir da forma construída lá atrás, porque não vale apenas o desejo do governador, sobretudo quando ignora todos os outros desejos legítimos de ascender.

Agra: efeito com dimensão desconhecida

Quando o prefeito Agra resolveu pedir a todos os auxiliares que entregassem os cargos para promover uma reforma na equipe, mais do que mexer em pessoas, ele não quis dizer mas passou a conceber a decisão de alterar o curso e a forma de gerir a Prefeitura com identidade própria.

É preciso aguardar a nova composição para tirar as conclusões mais consistentes, entretanto, já é oportuno prever que RC não apitará mais da forma de antes porque figuras de sua confiança absoluta – vide seu irmão Coriolano e o assessor Alexandre Urquiza não voltam mais a comandar os bastidores da PMJP. E não é porque vão para a campanha, como insinuaram assessores do governo.

Podem anotar: Agra vai constituir uma equipe à sua maneira, longe do manequim exclusivo de Ricardo. E isto pode até gerar aborrecimentos – rompimento até.

Um desentendimento de sabor grave

O bate – boca entre a Primeira Dama, Pamela Borio, e a primeira dama da comunicação, Célia Chaves, no Twitter, é um retrato 3 x 4 de quanto o clima está sem controle do governador.

Ambas têm opiniões diferentes sobre a sucessão na capital, o que pode ser normal enquanto escolha, mas o nível e dureza da forma com que elas se expuseram, prova que a unidade deixou de existir.

Leiamos juntos trechos do diálogo: Pâmela –“Minha chapa seria Agra e Estelizabel, pois continuaram no projeto de melhoria de João Pessoa, não fazem política pela política, mas pelo POVO #falei”.

A fala de Célia: ““Lamentável você não reconhecer papel de Nonato no projeto em João Pessoa. Ingratidão é o pior dos defeitos humanos”.

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“Canário que muda pena/ doi…”

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