Para Dom Aldo Pagotto e Pastor Estevam Fernandes
O domingo de momentos de lazer com a família foi também tempo de conversas amenas, descontraídas e prazerosas com amigos sobre a conjuntura, coisas da vida. Em meio a abordagens comuns, um sentimento me fez destacar por ouvir de várias pessoas: a falta de afeto predominante a partir da nova ordem vigente na cidade e estado.
Não, ninguém questionou ou aventou qualquer intolerância às opções políticas das pessoas, posto que avançamos na qualificação de nossa democracia, mas há um desconforto com a forma de tratamento estabelecida por muitos agentes políticos atuais, do mais alto ao mais baixo, como a querer intuir que a vida precisa conviver com sentimento de guerra.
Engraçado é que, das pessoas com quem mantivemos muitas conversas, a maioria sempre teve apreço e/ou postura de defesa intransigente aos atores da nova ordem, embora em tão pouco tempo essa condição anterior já não se manifeste com o mesmo ímpeto.
Mesmo que a questão política seja elemento prioritário de fundo, nem busco dimensionar neste texto a força ideológica do que se impõe, do que esta na essência deste estágio.
Preocupa-me sem intenção outra, que não seja de reverberar tantas manifestações do bem, entender por que insistir em tratar mal, de cara feia, as pessoas que se apresentam à frente, mesmo que muitas delas sejam aliadas ou já estiveram próximas de lutas mais fortes?
Tudo bem que existam preceitos políticos concebidos em passado ideológico intenso, a partir da Rússia (ex URSS) de autor também conhecido pela forma draconiana que tratava os não – alinhados ( não necessariamente inimigos), mas é que vivemos no século XXI bem distante desse tempo onde a nova ordem mundial exige melhor trato dos direitos humanos, da liberdade de expressão e convivência harmônica entre os povos.
Talvez por essas e outras, tenho me deparado com muita gente entristecida, tantos descontentes, porque sempre propunham a luta em busca da felicidade possível à base do interesse de todos e da cumplicidade capaz de construirmos uma fase mais bem resolvida para nossa aldeia na direção do futuro em que o amor também é sentimento indispensável.
Se é assim, não vou deixar nunca de invocar o sentimento em que a frase famosa de Che Guevara contemple a realidade em favor de todos sem perdermos a ternura jamais.
ÚLTIMA
“Ainda se eu falasse a lingua dos anjos/
sem amor/ eu nada seria…”
