{arquivo}Quem vive próximo da brisamar nem de longe desconfia que o Alto Sertão vive neste fim-de-semana uma época de intensas comemorações e renovação de compromisso com o futuro diante dos 148 anos da cidade de Cajazeiras, terra de Padre Rolim, ultimamente tomada de desenvolvimento em patamar impressionante desde quando por lá se fincou a Faculdade de Medicina da UFCG revolucionando a vida das pessoas como nunca se via.
Costumo tratar deste tema pela ótica do desenvolvimento humano e econômico porque Cajazeiras aprendeu a gerar Pacto de compromisso com a cidade em nível não visto em nenhum outro lugar do Estado.
Explica-se: nos últimos anos, empresários, lideranças representativas dos diversos segmentos sociais, profissionais liberais, a própria classe política resolveram assumir um Pacto em que, distante das picuinhas políticas, passou a prevalecer um conjunto de reivindicações em favor da sociedade, segundo o qual nada será superior à conquistas desses objetivos.
A Faculdade de Medicina é um desses objetivos que se transformou em realidade unindo todas as matizes políticas em torno deste antigo desejo das novas e antigas gerações. O mesmo se aplica ao novo aeroporto em fase avançada de implantação certamente a merecer novos investimentos para ampliar a economia da cidade, entre outras conquistas.
É verdade que o professor Thompson Mariz foi decisivo na opção por Cajazeiras, que mesmo nascendo dentro de uma perspectiva geográfica e legal como distrito de Sousa, hoje tem desempenho muito mais arrojado do que a antiga sede porque seus filhos resolveram se unir em torno das grandes causas cajazeirenses não permitindo intromissão errada da política divisionista.
Se é assim, parabéns para quem se mantémcomo orgulho de cajazeirenses e cajazeirados.
Um pouco da história
A origem do atual município de Cajazeiras está ligada à existência de um sítio de mesmo nome. Esse sítio tinha esse nome devido às árvores com esse mesmo nome existentes naquele lugar que, em 7 de fevereiro de 1767, passou a ser parte de uma sesmaria concedida por Jerônimo José de Melo (governador da capitania na época) a Luís Gomes de Albuquerque, natural de Pernambuco. Este último doou o sítio Cajazeiras à sua filha, Ana de Albuquerque, após o casamento com Vital de Souza Rolim, que fazia parte de uma família tradicional vinda do Jaguaribe, no estado vizinho do Ceará.
Em 22 de agosto de 1800, ocorre o nascimento de um dos filhos de Ana de Albuquerque, Inácio de Sousa Rolim, que se ordenou em Olinda Pernambuco. Em 1843, Inácio volta ao seu sítio onde moravam seus pais e funda um colégio de salesianos, responsável por provocar a consequente povoação do local. Cajazeiras começa a crescer, tendo seus alicerces firmados em um estabelecimento de ensino, tornando-se um poderoso núcleo de civilização.
Em 1859, na época do Brasil Império, pela lei provincial nº 5, de 29 de agosto, ocorre a criação de um distrito denominado “Cajazeiras”, ainda subordinado ao município de Sousa. Quatro anos depois, em 22 de novembro de 1863, a lei provincial nº 92 desmembra Cajazeiras de Sousa e eleva o distrito à categoria de vila. Finalmente, em 10 de julho de 1876, Cajazeiras é elevada à categoria de cidade, tornando-se município da Paraíba.
Última
“Eu fui feliz lá no Bodocongó/
no meu barquinho de um remo só…”