Não acho que na vida pública, política mais diretamente, seja conduzida por anjos. Muito pelo contrário, precisa de humanos espertos e como tal providos de senso, atitude e conduta diferenciada porque nessa seara o mais frágil dos atores está muito acima da média de seu setor.
A tese em tela surge a partir de uma conversa que tive despretensiosamente com um amigo, que não o via há anos, mas que soube, tem estado próximo do significado da atual gestão mesclada pela origem em Ricardo Coutinho. Recife foi o cenário.
Sabido, ele conversando meio despretensiosamente (?) me dizia:
– Walter, se fôssemos comprovar o que se disse de Maranhão e de seus assessores de campanha sobre desvios de dinheiro (com nada até hoje comprovado), da mesma forma que de Luciano Agra e Ricardo Coutinho, também nessa campanha, precisaríamos fechar as portas dos Poderes e tocar fogo porque é nojento o que se disse e nunca se comprovou – disse.
Macaco velho, como se diz no bairro da Torre, fui direto ao assunto: onde vc quer chegar? Meu amigo dissertou: “ no mar de lama escroto que os bastidores da política andam fomentando sem nenhuma comprovação, mas por mero interesse de gerar nodoa na vida das pessoas”.
Entendendo a tese profunda, indaguei mais ainda: “amigo velho, avance mesmo, diga o que pensas…”. Ele tergiversou, foi por uma perna de pinto voltou por outra de pato e nada disse concretamente.
Só depois, isso tudo acontecendo em Recife, ele deixou escapar quando já estávamos saindo: “Não gostaria de estar na pele de Cori (Coriolano Coutinho), irmão do governador, diante de tanta sacanagem movida pelo ódio dos adversários”.
Ele não quis se aprofundar, mesmo com minha insistência, mas ao final, na despedida foi dizendo: “Cori é trabalhador, dedicado e comprometido com o projeto de Ricardo, por isso está no alvo assim como já estiveram tantos que, ao final, só sofreram pela conduta leal e competente”.
Danou-se! – pensei comigo. De alguma forma ele está coberto de razão. Ou não? Acho que sim.
