Caso da Merenda: o ponto nos íis

{arquivo}CAMPINA GRANDE – Mesmo antenado com as coisas da Borborema, do debate nacional sobre a votação do Código Florestal em Brasília, o contexto da programação do Maior São João do Mundo era impossível desgrudar os ouvidos e as atenções sobre o Caso da Merenda, cuja zoada tem mais pimenta do que essência comprobatória de desfalques, propinas ou coisa do gênero.

Como a Coluna havia comentado, ontem, eis que nesta terça-feira a promotora Fabiana Lobo concedeu entrevista exclusiva ao WSCOM confirmando que inexiste no processo em tela qualquer indicio de corrupção, recebimento de propina, etc, por parte de qualquer membro da equipe da Prefeitura de João Pessoa, a partir do prefeito Luciano Agra.

Ela foi mais além, ao dizer com todas as letras que considera impertinente a aplicação de pedido de Impeachment com base nos autos do processo em que é relatora, no mesmo contexto em que pediu o cancelamento do contrato com a SP.

Esta é a essência do debate e síntese diante do rumoroso tamanho que tomou o caso, depois que a Rede Globo expôs o assunto a partir de reportagem do “Fantástico” apontando grave precariedade na merenda escolar no Brasil citando escolas da capital paraibana.

O que cabe à Prefeitura então

A primeira e grande atitude é de assumir que existiram erros ou equívocos no processo apresentando medidas concretas para superação do problema. Não adianta dizer que a merenda tinha qualidade diante das imagens reproduzidas para conhecimento dos telespectadores

Além do mais, é frágil e insustentável o argumento do Procurador Geilson Salomão, Doutor e profissional experiente, de que nada sabia, somente nos últimos tempos foi informado porque esta pendenga com a SP (e sua má reputação) vem desde a gestão de Ricardo Coutinho.

Em síntese, não dá para fingir que tudo foi surpresa até porque o Ministério Público Estadual – o mesmo a inocentar os envolvidos – já havia manifestado posição contrária à renovação do contrato.

A crise pela ótica da Mídia
O prefeito Luciano Agra botou na cabeça que todo o processo é fruto de armação da Rede Globo, da Rede Paraíba de Televisão especificamente, por crise de relacionamento. É ruim para ele conviver com isso porque gera fantasma permanente.

Olha, este é entendimento plausível na hora de quem vive aperreio mas sem nenhuma consistência, porque ouso dizer que a Rede Globo não se presta a isto.

Vou mais longe: a crise com o empresário Eduardo Carlos é pontual gerada por pressões e interesses que transformaram a postura descomprometida com o “stablesment” oficial em entendimento como se fora conduta de Oposição – algo que somente se avalia quando não se quer o contra-ponto, algo distante de conduta de adversário.

A impressão é de, de fato, o ético empresário Eduardo Carlos resolveu se afastar de atrelamento permitindo jornalismo mas solto, além do mais a Rede Globo dispõe de uma editora de nome Ana Viana, escolhida a dedo, para intermediar as relações da aldeia, dos seus atores e a linha nacional da emissora que não se presta a “acertos” de imprensa faz de conta.

Trocando em miúdos, quando tudo serenar e o Governo compreender que o diálogo é elemento indispensável em qualquer época e o trato dos fatos precisa se dar de forma mais racional até pelas crises comuns em qualquer gestão – e não só de Ricardo, Luciano, etc – aí se construirá uma nova fase de menos tumulto nas relações institucionais sabendo-se que no mundo da interatividade e rapidez da informação de nada vale tolher a reprodução dos fatos.

Resta então cada um cumprir seu papel convivendo com a informação do jeito que ela é, absoluta, transparente ou, se quiser, formatando-a onde puder para uso do jeito pretendido.

Um dia tudo vai serenar.

ÚLTIMA

“O olho que existe/ é o que vê…”

 

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