De Liz Albuquerque, ativista cultural em diversos níveis, reproduzo texto enviado,via e-mail. “só agora pude refletir sobre essa discussão que vem se alastrando pela nossa cultura. Eis a minha humilde opinião”:
Sobre a cultura e coisa e tal
Às vezes me pergunto se estou indo na contramão da verdade e da coerência. Sempre acho que o que mais contamina quando se trata de satisfação interior e percepção dos movimentos externos é o que se fala e se age no cotidiano porem com a maior das simplicidades. Fica mais fácil entender as mensagens e os objetivos das palavras ali colocadas.
Os discursos devem ser francos e práticos, porem com a vontade certa de quem vai cumpri-los e não jogar propostas num mar de ilusões com aquela conversa que todos sabem que podem não se cumprirem, como por exemplo, a resolução dos problemas de falta de estruturas, melhores cachês, audiência, respeito e outras coisas mais como espaço nas emissoras de radio etc. Estas importantes reivindicações, que são os pilares para que o artista tenha uma vida digna e bem resolvida, devem estar no primeiro plano das estratégias das políticas culturais.
A conquista de espaços tem se dado de forma muito sofrida, obtida com tanto sacrifício, depois de tanta luta e reivindicações, e só depois de pelo menos trinta anos, desde que tal conceito de democracia tenha começado a ganhar significado, é que hoje usufruímos, digamos assim, tantas destas. Democracia sempre teve e deverá ter a conotação de poder do povo, poder popular.
Nada mal, e nem seria justo criticar quem executa esse ou aquele tipo de musica, o importante é que sejam priorizadas as vertentes originarias de um povo e de uma região dando a verdadeira atenção aos projetos que tem como objetivo fomentar, executar e divulgar as manifestações locais, mas para isso devemos romper preconceitos com qualquer forma de estilo.
Entretanto, talvez seja a hora de darmos um passo adiante, para compreendermos melhor a doutrina da liberdade de expressão e o próprio modus democraticus, no que tange à sua amplitude e real aplicação.
Certamente, é preciso acabar com o grande mal que afeta a sociedade brasileira; a corrupção. Nos dias de hoje socializar com excesso de virtudes é mais importante, assim, o tempo verdadeiramente não pára, nem envelhece.
Para a felicidade geral da nação, é recomendável que se pense numa conexão mais rápida entre cultura, ciência e tecnologia. De que serviria uma cultura que não tivesse o mesmo destino do desenvolvimento, notadamente empresarial, científico e tecnológico?
A vida de “algodão doce” “azeitona da impada”, precisa chegar ao fim.
Do mesmo modo que a ciência governamental precisa ver na cultura um fator de ampliação, isto é, de qualificação da atmosfera na qual pode prosperar. É preciso que ajude a resgatar a cultura da tentação da adversidade.
Lis Albuquerque
