A Polícia, a reivindicação e a realidade

CAMPINA GRANDE – Líderes das Policias Militar, Civil e do Corpo de Bombeiros estão paulatinamente produzindo um movimento que pode redundar em radicalização, caso não haja intermediação do Governo Ricardo para tratar da principal reivindicação da categoria – o significado da PEC 300.

Fazer vigília defronte ao Palácio da Redenção em busca de audiência é a principal sinalização de que cresce o movimento de endurecimento, embora ele chegue numa hora inoportuna.

Antes de qualquer juízo de valor, ninguém de bom senso discorda da necessidade dos policiais disporem de melhor tratamento salarial decente. Trata-se de uma condição básica, da qual todos, inclusive o governador Ricardo Coutinho, comungam na mesma direção da aprovação.

Tudo isso, entretanto, não pode ignorar uma série de outros fatores, entre os quais as reais condições do Executivo poder implantar enquanto plano salarial o que somente o Estado de Sergipe conseguiu até agora, mais Distrito Federal – neste caso é uma outra historia de condições e recursos.

Mas, a sanha dos Policiais se deve ao precedente criado pelo ex-governador José Maranhão de mandar em plena campanha o Projeto-de-lei com a consequente sanção imediata, logo após aprovada pela Assembléia Legislativa – mesmo Poder que, um mês depois derrubou o que havia decidido.

Afora, o componente de Caixa, condição essa que o Governo insiste em argumentar não ter mínimamente meios para honrar – vide o Corte brutal do Governo Dilma de R$ 50 bilhões – há ainda o componente legal porque o Tribunal de Justiça acatou medida liminar do Ministério Público mandando suspender a eficácia da aplicação do novo patamar de vencimentos aos policiais.

Em síntese, o governador Ricardo tem meios políticos para sentar diante do movimento dos policiais, sobretudo por sua formação democrática, e mostrar por A mais B porque não tem condições reais de aplicar o novo Plano nao proximamente.

É possível ainda que crie mecanismos de futuro, como uma Comissão Permanente, a exemplo do que existe em momentos de aperto para acompanhar o rendimento do Caixa do Governo até que, quando possível, a Secretaria de Administração possa sentar e discutir a real possibilidade dessa aplicação.

Aliás, diálogo foi feito para ser exercido, mas não dá para admitir que o momento econômico e financeiro nao abriga tempo favorável ao acatamento da justa reivindicação dos policiais.
 

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