Vamos mandar na praia

Sem querer, querendo, como diria o Chaves, provoquei uma polêmica com os cabedelenses. Usando a rede social divulguei o pensamento de alguns veranistas de participarem da escolha dos dirigentes locais. A campanha Vamos Mandar na Nossa Praia incita os proprietários de residências, apartamentos e terrenos à transferência de pelo menos um titulo eleitoral de pessoa da família para votar na cidade portuária. Com esse colégio eleitoral de verão devidamente cadastrado, os moradores sazonais de Cabedelo teriam uma maior participação na vida administrativa do município onde investiram, em alguns casos, todas as suas economias.

Pensando ser meu desejo candidatar-me na cidade, alguns tuiteiros repeliram a investida, me mandaram para o brejo como se manda a vaca. O objetivo da campanha, todavia, é levar um voto para Cabedelo. Com isso, mesmo sem apontar candidato próprio, os veranistas serão mais respeitados. Responsáveis pela maior parte do IPTU arrecadado, os moradores das praias urbanas daquele município convivem com o lixo, a poeira e a escuridão, sem ter para quem apelar. Os veranistas querem ter o direito e o mesmo tratamento dos moradores permanentes que reivindicam e são ouvidos, por que votam na cidade.

Não se compreende que um município que tem apenas Areia Vermelha como zona rural não possa melhorar os seus serviços e tornar as suas praias mais urbanizadas, com ruas e praças bem iluminadas e uma coleta de resíduos sólidos eficiente.

Cidade de valor histórico e economicamente saudável, com arrecadação acima da média dos municípios de mesmo porte, Cabedelo conta com uma população inferior a sessenta mil habitantes, distribuídos em pouco mais de trinta quilômetros quadrados. É quase uma ilha pois cercada de água por todos os lados. O mar de uma banda, o rio da outra. Tecnicamente é uma península cujo istmo seria a Br-230, no seu inicio, que já se chamou Transamazonica e por conta disso se mandou encomendar uma estátua do Presidente Médice, ainda hoje abandonada no jardim do artesão, ali em Tambauzinho. A estátua seria plantada na Praça dos Marinheiro. Mudou o regime, a democracia esqueceu o general.

Pois essa cidade se abre durante o verão encurtado pelo calendário escolar para paraibanos de todos os recantos que ali constroem casas, adquirem apartamentos ou os alugam por preços astronômicos. Pagam um IPTU alto e uma taxa de resíduos sólidos razoável. Muitos esquecem de pagar, mas o débito fica computado e depois é cobrado com correção, amigavelmente ou na justiça. Mas pagar, um dia se paga.

Pois toda essa gente vai a Cabedelo para a farmácia, os restaurantes, os bares. Nesses ambientes até que são bem servidos. Mas quando entram no mercado publico, a fedentina envergonha o cabedelense e enoja o visitante. Poderíamos começar pedindo uma melhoria no mercado da cidade.

 

Mais Posts

Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?
Controle sua privacidade
Nosso site utiliza cookies para melhorar a navegação. Política de PrivacidadeTermos de Uso