Como Dilma inova no Governo

{arquivo}Qualquer iniciante no trato de política sabe que a presidenta Dilma Roussef nada tem a ver,enquanto estilo, com a referência de grande dimensão produzida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, neste momento, o que mais realça nesta questão é a forma de gerenciamento que ela implementa gradativamente no Poder. Aliás, o tema bem poderia ser refletido pelo governador da Paraíba, Ricardo Coutinho.

O jornalista Luiz Nassif, seguramente um dos mais preparados multimídias do Pais, traz em sua análise do dia a abordagem sobre a semana, recém concluída, na qual mostrou definitivamente o estilo Dilma Roussef de administração.

O experimento / laboratório aconteceu na primeira reunião com Ministros na semana passada definindo as primeiras ações com base em quatro eixos: O primeiro, de política econômica, coordenado pelo Ministro da Fazenda Guido Mantega. O segundo, de infraestrutura (o PAC propriamente dito), pela nova Ministra do Planejamento Mirian Belchior. O terceiro, de políticas sociais, sob a coordenação de Tereza Campello. O quarto, de direitos da cidadania, sob Gilberto Carvalho. Cada Ministro coordenador falando em nome da Presidente.

Conforme relato, antes da reunião, cada Ministro recebeu a pauta e as questões que deveriam ser desenvolvidas. Cada qual teria um tempo pré-determinado para descrever o que seu Ministério poderia fazer pelo tema. Na sala, montou-se uma rede de micro, no qual era possível ler a apresentação da Ministra, em Power Point.

Dilma iniciou a reunião enfatizando a prioridade da erradicação da miséria. A intenção da reunião era dar o tiro de partida para a ação coordenada entre os diversos ministérios. Para tanto, cada Ministro tinha dez minutos para expor o que poderia fazer pelo tema, inclusive explicitando ações e territorialidade. Um apresentou o mapa da pobreza, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) mostrou o mapa dos Arranjos Produtivos Locais.

Na cabeceira, Dilma estava ladeada por Mantega e por Antonio Pallocci – este incumbido de administrar o tempo, facultar a palavra e anotar os pontos principais.

À medida que as exposições eram feitas, o PPT se enriquecia. Dilma solicitava a inclusão de pontos novos, num exercício de brainstorm. O documento com as ideias principais foi sendo montado ao vivo e online.

Observou-se diferença importante no comportamento de Dilma, em relação aos seus tempos de Casa Civil. Não mais a Ministra explosiva da Casa Civil, mas uma presidente calma, tranquila, igualmente objetiva – é como se o cargo de presidente prescindisse da necessidade de bater na mesa.

Quando um Ministro fazia uma exposição mais superficial, era convidado a aprofundar o tema para a próxima reunião. E Palocci se incumbia de cortar a palavra dos mais prolixos. Notou-se uma diferença importante em relação ao modelo Lula de reunião. Com Lula exploravam-se os conflitos para se tirar a síntese.

No caso de Dilma, expõem-se previamente os objetivos fundamentais e as linhas a serem desenvolvidas. É mais gerencial.

Em síntese, mais do que novo estilo Dilma demonstra que a gestão da administração publica federal está tomada de cultura da iniciativa privada buscando solucionar os desafios do País.
 

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