O imortal governador Antonio Mariz costumava repetir a frase famosa de “Rei morto, rei posto” porque, entre outras coisas, não conseguia entender como o povo ignorara tanto a figura de Ulisses Guimarães na disputa para a Presidência quando ele, Ulisses, fora um dos sustentáculos na redemocratização do País.
A rigor, o foco da Coluna não é bem a importância de Ulisses, co-adjuvada por Humberto Lucena, outro brasileiro muito importante, mas tratado com tamanho menor por tanta que até precisou da luta de Humberto.
Preâmbulo extenso assim serve como intróito apenas para comentar os nove meses de Mariz no Governo e sua filosofia de encarar as mazelas do serviço público e suas ciladas tantas.
Lembro como se fosse hoje a preocupação inarredável de Mariz com os mais pobres. Era obstinado por impedir que o Governo fosse forte com os humildes em detrimento da adulação para com a elite.
Por isso uma das primeiras medidas do imortal governador foi determinar à sua equipe de assessores técnicos que gerassem um programa de combate à fome muito antes de Lula e de FHC, este com medidas tímidas nessa área, mas posso assegurar que Mariz falou primeiro dessas ações.
Depois, ao assumir o Governo, tinha rigor ferrenho pelas contas públicas mas, também com o olhar em favor dos mais humildes, não admitia que fossem mandado embora os pobres dos cargos comissionados para abrigar a turma da elite.
Aliás, também não é demais lembrar que à época o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Carlos Dunga, entendera de aplicar o mesmo reajuste aos parlamentares estaduais com base na decisão do Congresso Nacional, entretanto Mariz e seu olhar sereno construíram com seu líder Inaldo Leitão a costura com o parlamento de não aplicação do reajuste, depois de muita negociação.
Em síntese, Mariz não conseguiu governar como pretendia e estava preparado mas, com seu programa de Desenvolvimento Sustentável, certamente deveria ter deixado marcas maiores de sua postura de gestor pela Paraiba, entretanto, a vida lhe aplicou a sentença da despedida prematura, embora, repito, a postura do lider do PMDB sempre se deu em favor dos mais pobres porque tinha convicção de que ao longo da historia os governos sempre serviram mais às elites.
É só uma lembrança, apenas.

