A Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores tomou a decisão neste sábado de fazer Oposição ao futuro governador Ricardo Coutinho não aceitando sob qualquer hipótese a ocupação de cargos na equipe de Governo a partir de primeiro de janeiro.
Tem mais: a partir de agora já começa a trabalhar candidaturas próprias nas principais cidades do Estado.
A decisão do PT indica o seguinte: primeiro, o bloco majoritário no partido ainda está mantido com a dimensão da eleição que elegeu Rodrigo Soares presidente estadual: segundo, embora o deputado federal Luiz Couto tenha saído vencedor na disputa eleitoral passada ele permanece minoritário na legenda.
Na prática, a tomada de posição neste sábado expôs a ferida de anos vivida pelo PT que é a manutenção do racha em nível impressionantemente apontando a ira mútua entre muitos dos lideres petistas sem admitir, pelo menos a dados de hoje, qualquer possibilidade de convivência mínima – o que é muito ruim ao conjunto petista.
Ainda há que ser dito que a essência da decisão deste sábado tomou por base a cena de primeiro e segundo turnos – nunca a possibilidade de uma outra alternativa, como a distensão por algum tempo com Ricardo ou até mesmo a possibilidade de diálogo agora posta como muito difícil. Neste último caso, tem faltado ao governador eleito o gesto e/ou aceno nesta direção em nível negociado com os petistas de primeira hora liderados por Luiz Couto.
E tudo isto só acontece porque falta exame mais racional do que emocional no trato do processo que se dará a partir de primeiro de janeiro onde todas as partes querem se sobressair bem da nova conjuntura sem que ninguém se disponha a ceder nada.
Ora, se isto é verdadeiro, o egoísmo político, a vaidade exacerbada aliada a má vontade e intriga mesmo transformam o PT num ambiente de pouco resultado favorável ao próprio partido. Para dar um caráter de procedência à tese basta lembrar que o PMDB, maior adversário de Ricardo,já disse que dará trégua de cem dias ao futuro governante, daí a indagação: por que o PT não.
O danado é que soube estar vindo mais bronca nos próximos dias
Não é este PT que Luiz Inácio Lula da Silva se apresenta mais identificado. Aliás, anda longe dessa guerra fraticida sem fim. Independentemente de legitimidade às teses em confronto ou o partido exorciza seus demônios e retoma o diálogo racional ou não sairá nunca desse fuzuê infrutifero.
O que Ricardo não faz e precisa
Ninguém tem duvidas da consideração que Ricardo tem para com o que representam Luiz Couto, Antonio Barbosa, Julio Rafael, Walter Aguiar, etc por conta da campanha, mas da eleição em diante o governador eleito precisa exercitar outros valores além dessa gente de valor petista.
Ou ele se dispõe a conversar francamente com Luiz e, especialmente, com a banda majoritária do PT ou nada andará de avanços na relaçao petista. Se faz óbvio atestar que há uma força petista liderada por Rodrigo Soares e deputados eleitos,portanto, qualquer acordo passa por esse diálogo, afinal todos já estiveram juntos tempos atrás.
Lá na Torrelândia, os meninos costumam dizer que parte do vencedor o gesto de grandeza e de dialogo com todos, dai só há acordo politico com esta superação. Ou não.
Antes que seja tarde, o mundo já vê EUA e Rússia se juntando em projetos comuns – quem diria -, mas por aqui que ‘guerra maior’ será mantida para sempre?
ÚLTIMA
‘Bate com pé xaxado/ bate com pé rachado…”