A aura e significado atemporal de McCartney

Uma parte do Brasil parou neste domingo de tantos Clássicos no futebol nacional para reverenciar o legado, a estética e a música do ex-Beatles, Paul McCartney.

A força simbólica do show teve tamanha estatura que, só para comparar, poucos se lembraram que neste mesmo dia, na mesma capital São Paulo, havia apresentação do Rei Roberto Carlos, mas a ‘Paulicéia Desvairada’ só queria de saber de McCartney.

Para ser mais exato, não só os paulistanos estavam embevecidos, mas todo o País porque para o local do espetáculo foram demandados fãs de todos os estados deixando um monte de gente com ‘dor de cotovelo’ por não ter tido a mesma oportunidade de ver o ídolo ao vivo. Abelardo Jurema Filho (sósia de McCartney), que o diga.

O espetáculo do Lord britânico no Morumbi extrapolou a grandiosidade do repertório, desde quando dos primeiros passos em Liverpool fazendo enlouquecer gerações de todo o mundo, porque excetuando uma microfonia rara no final do show, o conjunto da apresentação provou por A mais B que o Brasil faz tempo comporta shows de grandiosidade internacional, além de ser mercado farto em ascensão e de impar capacidade de tratar bem.

Impresssiona, contudo, como a apresentação do ex – Beatles atraiu para si um volume histórico e extraordinário de Quereres e sintonias porque o conjunto de encanto produzido em torno de McCartney se compôs diante de um público eclético reunindo desde jovens ainda em formação cidadã a todas as idades até chegar aos da época do artista, hoje além dos 60 anos.

A impressão é que a rebeldia estética e revolucionária, enquanto fator de rompimento com padrões comportados a partir dos anos 60, se mantém com a aura renovada com novo padrão em McCartney, servindo de fator e atração das novas gerações como que construindo novo pacto de sintonia fazendo o tempo não ser tão distante como de fato o é de sua origem, se lembrarmos que tudo tem mais de sessenta anos de existência.

Na prática, nem mesmo os valores burgueses em torno deste contexto e personagem não invalidam nem arrefecem a força da contestação, da abordagem direta dos problemas e até mesmo a musicalidade em si do repertório do Líder britânico, não só da fase primeira e já antiga, como no presente aplicando novas ferramentas impressionistas com cenários e aparatos de vanguarda estética, como se deu neste domingo no Morumbi.

Em síntese, a noite foi de celebração e de encantamento fazendo dos que a ele tiveram acesso no show, direta ou indiretamente, a conceituar que o maior roqueiro vivo anda conservado mantendo a aura de artista atemporal, condição afeita a poucos cidadãos do mundo.

O Brasil, enquanto berço, entendeu a importância e significado de promover quem sabe um dos últimos espetáculos do revolucionário britânico Paul MacCartney em nosso territorio, porque certamente não será tão fácil seu retorno por aqui.

Viva o rock in roll!

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