A expectativa do debate e o rumo das eleições




         Para Rafael, Davi e Pedro Artur (netos e,construtores do amanhã)

SÃO PAULO – Por mera coincidência a data de hoje assinala alguns fatos especiais nos diversos aspectos, como é conviver com novos números do Instituto Sensus na corrida presidencial, o debate primordial da BAND, os efeitos da impugnação de Cássio e o aniversário da cidade de João Pessoa.

No caso nacional, os dados da pesquisa Sensus criaram aura positiva para a candidata do PT, Dilma Roussef, que é aguardada no Morumbi, sede da emissora, em meio a um clima favorável, embora seja indispensável respeitar a performance do principal adversário José Serra, este muito hábil mas enfrentando uma conjuntura contrária aos seus propósitos.

Chegar ao debate com números na casa dos 41 a 31 por cento é conviver com tendência de favoritismo inegável cabendo – lhe se sobressair bem no debate pontuando a realidade, suas propostas e o ataque de Serra.

Esta é, na verdade, a maior das provas que Dilma Roussef enfrentará na vida política como candidata de um presidente muito bem avaliado, mas que na sequência da campanha cada vez é cobrada a sua performance por pernas próprias.

Dentro deste cenário está jogada a sorte dos presidenciáveis diante do futuro nacional.

Cássio vai ao último recurso

O ex-governador Cássio resolveu tocar a campanha mesmo precisando recorrer de decisão do Tribunal Regional Eleitoral, que impugnou sua candidatura sob argumento do Ficha Limpa, para continuar na luta por uma das duas vagas no Senado.

Hoje mesmo o advogado Eduardo Alkmin pediu dados taquigráficos da sessão de ontem para protocolar Recurso, cujo conteúdo da Defesa ainda não foi definido.

Enquanto os advogados cuidam do TSE e STF, o ex-governador se mantém no Interior do Estado dizendo – se confiante na reversão de cenário levando em conta outras realidades no País, a exemplo do Maranhão onde lá o Tribunal assegurou a candidatura de Jackson Lago, ex-governador e cassado nas mesmas condições de Cássio. 

Ele não se alonga no trato do assunto além destes aspectos, mesmo assim internamente vai precisar criar de forma resolvida o famoso Plano B, alternativa essa que passa por uma opção da família.

Seria algo do tipo forçar chegar até a véspera da eleição para que, em não podendo ser candidato, apresentar Silvia ou Ivandro mas tendo sua foto na cédula eletrônica repetindo algo acontecido com Lúcia Braga e Chico Franca, na disputa para a prefeitura de João Pessoa.

O fato é que ele, guerreiro testado, não deixa a tropa desanimar,  mas muito dificilmente segurará a partir de agora a adesão de mais prefeitos à candidatura de José Maranhão.

Ainda pensando a cidade…

O aniversário de João Pessoa permite reflexões atualizadas sobre o que somos e pretendemos chegar precisando reler nosso passado projetando o futuro merecendo novos cuidados na conduta,  sobretudo das políticas públicas.

Para mim, natural do bairro da Torre – uma gleba proletária transformada em ambiência econômica dos tempos atuais – não posso negar o desconforto pela Cultura divisionista reproduzida ao longo dos anos, desde que em 1930 perrepistas e liberais se enfrentavam e conviviam até com cadáver à vista.

Passado tanto tempo nem me incomodo com o nome personalizado da cidade, algo que mais atrás não defenderia como o faço agora, mesmo assim creio que a cultura de lapinha com cordões azul e encarnado contribui para sufocar as possibilidades e/ou outras opções de conduta política na perspectiva de ser construir o amanhã.

Havia uma esperança mas esta transformou-se em frustração.

João Pessoa tem melhorado muito no trato de aspirações populares através das pessoas na gestão, mas é preciso reconhecer todos os atores, e não apenas o atual grupo /gestor, que deu feição distinta, só que o crescimento e qualificação das políticas envolvem mais gente na condição administrativa contemporânea.

Um trato adequado para entender a diversidade de contribuições entre vários atores pode ser aferido com o Centro Histórico de nossa cidade.

O ex-prefeito Ricardo Coutinho seqüenciado pelo atual Luciano Agra anunciou uma série de investimentos estruturantes e tem colocado na prática ações como a obra do Ponto de Cem Réis (a merecer análise, mas reconhecimento), a Praça do Pavilhão do Chá, Rio Branco, o Conventinho e, no mais, tudo é só futuro como as obras do Porto do Capim, as residências na Rua João Suassuna, etc tão necessárias quanto anunciadas.

Justiça seja feita, permitiu a urbanidade em alguns pontos da cidade invadidos por camelôs – aliados de antes, adversários do presente – permitindo o livre trânsito. De todas as obras o Terminal de Integração é o mais forte deles, sem dúvidas.

Só que o Centro Histórico não é só presente. Cícero Lucena, por  exemplo, produziu fortes e importantes interferências urbanísticas na área sendo o mais impactante deles a retirada do Lixão do Roger acabando com a convivência de dezenas de famílias com urubus. É marco histórico e isso não se pode negar.

Cícero fez mais: consolidou o mais arrojado projeto de revitalização do Centro Histórico ao retirar um posto de gasolina que impedia avanços na área e deu à Praça Antenor Navarro a visibilidade e condição de casarios resgatados com a ocupação das ruas com muita arte e cultura. Sem contar os grandes espetáculos e eventos.

Nesse diapasão, tirou a sede da Prefeitura do acanhado ambiente no final da Av. Cardoso Vieira para dar – lhe dignidade levando – a para onde hoje se encontra em Água Fria, sem esquecer a gabinete do prefeito no prédio de beleza arquitetônica especial nos Correios, além do prédio do 4 X 400 instalando ambulantes que invadiam parte das ruas do centro.

Pena que a birra política tenha construído um novo espaço no Ponto de Cem Réis –  no meu entendimento ainda precisando de uns ajustes diante da branquidão e idéia de lápide do lugar – mas matando a opção que a cidade tinha no Varadouro, na praça Antenor Navarro, onde um dia será preciso resgatar sua importância e funcionalidade.

Em síntese, não se pode negar a grande contribuição de Ricardo e Luciano, mas é preciso reconhecer que outros, como Cícero Lucena, também fizeram tanto quanto ou mais em alguns segmentos.

No mais, a prosa e o verso se misturam ao sabor do querer eleitoral. E tudo passa, tudo passará.

 Ainda voltaremos ao tema.

ULTIMA

Somos a mata verde/ a esperança/

Somos o Sol do Extremo Oriental…”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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