Júlio Rafael e o Olhar além da Cultura Tradicional




O show de Lenine neste sábado traduziu – se, enquanto espetáculo, em valor reconhecido no desfecho de nova versão do FENART, festival que merece a cumplicidade de todos e até a referência do que não pode mais deixar de existir, enquanto fôlego cultural do Estado. Falo assim em plena madrugada depois de ver o pontapé estratégico de Júlio Rafael na direção da Câmara Federal em meio a amigos e correligionários.

Dentro desse aspecto primeiro, cultural, de valor renovador e circunstancial, não há como deixar de reconhecer a dedicação de Mauricio Burity, Liz Albuquerque, Zeba, etc, sem contar a presença silenciosa de Sales Gaudêncio e David Fernandes (secretario de Educação e Sub-Secretário de Cultura, respectivamente), mas não resisto em refletir além do que fomos.

Quando olho para nossas ações nesta área constato com facilidade o envolvimento dos principais atores da fomentação, no caso a Sub-Secretaria de Cultura e Funjope (já aí polarizando estruturas do Governo e Prefeitura) dentro de cenários extremamente aquém de tanto esperado.

Por exemplo: a freqüência de shows em lugares diferentes da cidade e do Estado sob a proteção de verba oficial não traduz em nada, absolutamente nada, de inovador e de construção de nova cultura para contemplar a cadeia inteira envolvida com a arte, os artistas e a sociedade.

Elaborar um calendário para os espaços públicos com atrações advindas de uma relação inteiramente tomada de satisfação à anima popular serve muito mais de remendo do que solução porque, até na costura desse investimento voltado a atrair dividendos eleitorais, desagrada inteiramente a base artística do estadual ainda hoje com remuneração tacanha e muito a desejar enquanto fomento de mercado e de sobrevivência.

Ora, se estamos com gente comprometida (em tese) com o conjunto da complexidade cultural, era de esperar que a esta altura do campeonato todas as reivindicações do guerrilheiro (aposentado) Pedro Osmar pudessem estar sendo exercitado na prática, como fazia sem recursos nem amparo com os movimentos “Fala Bairros” – o qual gerou até personagens ilustres como Chico César.

Só que na essência todo o ensinamento de antes, as lutas de força de outrora não se aplicam de forma nenhuma porque o aparelhamento político de plantão não permite abrigo de nada que não seja a serviço da ordem vigente: eleger e só.

E isso se aplica ao conjunto dos atores, mesmo vendo em Mauricio Burity a figura executiva sem nenhum apego a valores passados de ideologia ou patrulhamento, mas fazendo o feijão – com – arroz de resultados. Chico também o faz mas este de propósito político-ideológico puro.

Na prática, tanto o Governo quanto a Prefeitura da capital falam em ações e projetos, mas em que pese o volume do que quer que seja ainda estamos carecendo de uma Política abrangente motivando não só a produção artística com shows, exposições, feiras,etc direcionadas à quem reza na cartilha, porque precisamos elaborar uma nova ordem, mesmo admitindo além do que David, Mauricio, Chico César representam, que a vida cultural não se resume a espetáculos mas, como essência, ao estimulo da sociedade poder consumir cultura pelo fator econômico.

Os governos – e aqui vai o desafio de Sales e  CC – precisam entender a cultura como fator de desenvolvimento econômico, de reprodução de valores artísticos com base no fomento à cultura, mas sabendo que se não houver incentivo econômico tudo será apenas uma animação monitorada e, em alguns casos, servindo de trampolim para poucos.

A sociedade, os artistas e os produtores querem sentar à mesa e repaginar o futuro com esse viés econômico e financeiro mais justo porque, do contrário, é tudo um espetáculo que se vai sem deixar nada de consiste para o futuro.

Enquanto refletimos aplaudamos a garra de quem faz e acontece.

Júlio Rafael: um projeto difícil e à altura

Neste sábado, o economista Júlio Rafael reuniu amigos e correligionários para reafirmar sua decisão de se afastar da superintendência do SEBRAE/PB visando disputar uma das 12 vagas na Câmara Federal.

A rigor, distante dos amores e ódios tão comuns na trajetória de Júlio, ele é, sem dúvidas, um dos melhores quadros do PT nacional. Mesmo quando se deixa levar por amores políticos antigos, ele é quadro de raciocínio lógico privilegiado.

Ser candidato não lhe assegura passaporte direto para Brasília,mas a performance de Júlio lhe credencia como nome de valor capaz de nos tirar do marasmo pela inobservância da classe política que a Paraíba está perdendo suas referências.

Júlio, abstraindo suas paixões políticas, reúne as condições de um parlamentar proativo e de contribuição singular,se vier a lograr êxito na disputa, mesmo sabendo ser quase impossível vencer Luiz Couto ou Rodrigo Soares.

Pelo sim, pelo não, o PT passa a oferecer um candidato de valor e de possível grande contribuição à cidadania.

Umas & Outras

…Conversa intensa entre o governador Maranhão e os irmãos Vital. Ou vai ou vai. 

…O pré-candidato do PSB ao Governo, Ricardo Coutinho, prestigiou a festa de Júlio Rafael

…Se fosse ao estilo à lá Lula atrairia mais afeto. Como ele perde!

…A propósito, ele percorreu mesas e comentou que considera ter havido manipulação na pesquisa do IBOPE.

…O coordenador do plano de governo de RC, Walter Aguiar, transitava na festa um tanto sisudo.

…Tem festa em Guarabira, mas não é por conta da Padroeira.

…O administrador Luiz Alberto, sereno e comprometido com a microempresa, deve assumir a superintendência do SEBRAE/PB com o afastamento de Júlio. É competente, sobretudo.

…Misael Morais, um dos mais gabaritados cientistas da Paraiba, anda como sempre: seguro e simples, mas conhecedor de nossos cenários.

..Joinha e Dida são sobreviventes da cultura densa e normal no SEBRAE.

ULTIMA

“O samba ainda não raiou…”

 

 

 

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