O sindicalismo e o ‘vale tudo’




Pragmatismo. Esta é a palavra que permite todo o tipo de anomalia conceitual, em tese, que se atesta na atual vida pública onde coerência é outra palavra bem distante de se respeitar. A vigésima posse de Liberalino, anteontem, na Federação dos Trabalhadores da Agricultura com a presença de Ricardo Coutinho é um desses exemplos.

A FETAG, em que pese sua importância representativa, deixou de ser uma entidade dos trabalhadores rurais na essência para significar o ‘ganho pão’ de Liberalino, homem de bem – eu sei, mas há muito tempo que deveria estar noutra posição porque a entidade virou patrimônio particular, mesmo que pelo voto construído em torno da máquina.

O tal pragmatismo é tamanho, que é até o digno deputado federal Luiz Couto também se fez presente avalizando o retrocesso democrático – hoje certamente sem valor nenhum, embora tanto Ricardo quanto Luiz tenham sido forjados em torno de outras linhas conceituais.

O ‘faz de conta’ da representativa plena chega em hora onde ‘vale tudo’ para dar sequência ao projeto político de Ricardo, certamente tomado pela consciência que fará tudo o que for possível para atingir seu intento.

O foco e abordagem em torno da FETAG não é exclusivo porque na Paraiba diversas entidades estão tomadas do absolutismo que, de alguma forma constata o domínio de algumas figuras carimbadas na vida representativa das categorias, embora todos ignorem que isso também não permite a oxigenação do processo político estadual.

‘Ninguém aparece, nem tem interesse’

Fazia tempo que a advogada Sany Japiassu não ia à Fetag, mas ela resolveu prestigiar o amigo Liberalino. Lá, ela que foi advogada em horas importantes e dificeis da federaçao, reviu vários colegas – muitos em fase de aposentadoria.

– Quanto tempo, você ainda por aqui na Fetag?  indagou ela.

– É minha filha, estou sim, porque ninguém aparece, nem tem interesse – respondeu.

Faltou alguém dizer: para que serve ter interesse se a máquina derrota todas as alternativas que surjam.

Isso faz mal, embora todos acham normal, mas um dia buscam teses acadêmicas para explicar o fiasco das entidades movidas por interesses pessoais.

O danado é que digo isso respeitando Liberalino, mas seu lugar certamente deveria ser outro na conjuntura.

 

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