Quando a memória reluz a saudade

Aos filhos que têm seus pais vivos

Dia de Finados é sempre assim: o mundo ocidental se curva para cultuar a memória de seus mortos, sobretudo dos que em vida dedicaram-se a contribuir com a humanidade, através de gestos e missões fortes ou simples, tanto faz.

Teses à parte o que mais se sobressai mesmo neste dia de culto é a dor da saudade, o sentimento de perda continuada, como se fosse a agonia para sempre diante da impotência humana.

Não poder ter nossos entes queridos da forma como o coração insiste em pedir é conviver com a maior das constatações, repito, a impotência humana e os mistérios divinos.

Mesmo os ateus quando vêem o processo de vida humana diferente, até assim quando não querem aceitar, têm o amparo de Deus no culto da natureza do que são e suas descrenças também tomadas de saudades.

Mas são valores implícitos dessa ordem humana a desnudar a vida na terra de tantas infrutiferas iras e vaidades sem negar a condição de que somos reféns do acaso, que num instante transforma tudo em convivência com o pó.

Aliás, somente em momentos de reflexões sobre a fragilidade humana que atestamos a forma inadequada de tantos processos ou pessoas ao manter maus tratos e vaidades absurdas, como se a vida fosse para eternidade – algo impossível de existir exatamente pela impotência da qual me referi lá atrás.

Por isso, herdo de meus queridos e saudosos pais – Maria Júlia e Antonio Cândido (in memorian) o compromisso de ir fazendo o que pudermos pela vida saudável com a possíbilidade de transformar trabalho, dedicação e investimentos em contribuição à família, colaboradores e à sociedade.

Como tanto se diz, cada um dá o que tem. Neste momento somente a saudade sai de mim como doação ao tempo de reflexões sem Maria e Antonio.

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