GRAVATA – Já estava previsto, muitos sabiam, mas a exibição do especial Elas cantam Roberto, na Rede Globo, deu o tom emocional em nível na semana que vai e vem muito acima do que há tempo não se via na TV brasileira pelo conjunto da obra, do autor e das divas em torno de Roberto Carlos para celebrar 50 anos de carreira do mais importante artista na cena nacional.
Só mulheres, e todas amigas do cantor, reproduziram a força da amizade importante conquistada ao longo de sua carreira na interpretação de canções memoráveis sob direção geral de Guto Graça Mello.
Fantástico. Num só palco as várias gerações da música brasileira feminina embalando uma domingo de prantos de alegria com a noite construindo sua conclusão em descompasso do público espalhado pais agora sem querer o fim de um programa, que se foi transformado agora em saudade.
Pode ser que alguns queiram anotar a falta de outras magníficas divas em palco, mas nada, absolutamente nada, foi e será mais importante do que a celebração e declaração de amor que o Brasil fez a Roberto nesta noite de chuva guardando as pessoas nas casas e apartamentos da vida para vê-lo reinar com muita propriedade.
Não deixo marcas no caminho para não poder voltar poderia ser uma frase/síntese dele próprio pinçada entre outras milhares de flashes sacramentados na usina de valores de Roberto como só ele soube até hoje produzir para expor a essência da alma humana.
A honra da noite memorável foi das cantoras/intérpretes, do próprio artista e do publico seleto no Teatro Municipal, mas não há como ofuscar o mesmo sentimento de honra que o País viveu neste domingo se emocionando no túnel do tempo sem saber se esse legado, fagulhas de canções do passado cada vez mais distante do presente, produz mais prantos do que sorrisos.
O programa, em síntese, significou um Flash back histórico da carreira de um Rei verdadeiramente coroado por ter sabido como ninguém viver em paz com a vida sempre consciente da máxima sentenciada por ele próprio no coração das várias gerações de brasileiros: Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.