Nomeação aguça crise entre Maranhão e RC

O clima de relacionamento entre o governador José Maranhão e o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, azedou de vez em pleno carnaval depois que o deputado estadual Guilherme Almeida, do PSB-CG, foi convidado e aceitou assumir a Secretaria de Interiorização no Governo do Estado sem que, antes, o presidente do PSB tenha sido sondado pelo governador.

Antes, Ricardo se irritou com outro fato acontecido, ou seja, a saída de Marcelo Weick para a Procuradoria Geral do Estado sob argumento do prefeito de que não recebeu uma única ligação de Maranhão ou do próprio Weick – segundo ele.

No caso de agora, a crise tomou forte proporção porque com a convocação de qualquer um dos deputados do PSB essa condição implica automaticamente na ascensão da suplente Nadja Palitot na Assembléia Legislativa – cuja articulação foi entendida por Ricardo como um insulto desmedido.

Antes de mais nada é preciso mandar um recado aos ‘inventores’ da boataria permanente: a crise em curso não é fruto da Mídia e sim dos conflitos de projetos comandados pelos dois lideres porque ambos almejam e trabalham para disputar e conquistar o governo em 2010.

Pois bem, dito isso ressalte-se que, de repente, o PSB reagiu confrontando-se contra o novo cenário pontual construído pelo governador Maranhão e vai mais longe se não houver desmanche na operação política, conforme adiantou um peso pesado do PSB.

Pelo sim, pelo não vamos aguardar como reagirá o governador pois se trata de personagem fundamenta para se estancar ou se ampliar a crise.

Agora, independentemente desse fato, podem anotar: mais dia menos dia um deles vai reagir cortando o cordão umbical.

A palavra de Guilherme
Leiamos, o que disse o deputado no portal WSCOM Online:

“Estive ontem (segunda-feira) à noite, na Granja Santana, quando fui convidado para assumir a Secretaria de Articulação do Governo em Campina Grande – revelou o deputado estadual Guilherme Almeida ao WSCOM Online informando que “aceitei o convite porque o governador disse que iria conversar com o prefeito Ricardo Coutinho significando a participação do partido no Governo”.
A reação do PSB
O secretário de Organização do PSB e membro do diretório nacional do partido, Alexandre Urquisa, distribuiu Nota em que denominou de ” inaceitável a ida do deputado Guilherme Almeida (PSB), para uma secretaria do Governo Maranhão a fim de abrir vaga para a primeira suplente Nadja Palitot”.
Diz a nota: “Em face disso, ele está propondo ao presidente do partido, Ricardo Coutinho, uma reunião de emergência da Executiva Estadual para que o PSB tome uma posição firme em relação a Guilherme Almeida, que confirmou na imprensa (ao WSCOM Online) ter aceitado o convite sem fazer uma única consulta ao partido”.
A nobreza de minha gente pobre
Nas observações comuns em tempo de carnaval impressiona a multiplicidade de manifestações ricas e pobres a expor o torpor coletivo de muita gente neste País tomado pelos valores constantes do tríduo de Momo.
Nos últimos tempos, como de sorte há anos, o carnaval atrai concomitantemente à descontração e a irreverência uma forte carga de sensualidade – no caso da Bahia e Pernambuco com incitação publica ao amasso – e até exageros quando a bebida toma conta.
Quem comanda, entretanto, o carnaval na forma de macro exposição é a mídia que, ao seu modo e estratificação econômica, tipifica a escala a cobertura a partir dos valores produzidos nos vários ambientes – do alto luxo do sambódromo do Rio e São Paulo à multiculturalidade de Salvador no mesmo patamar de Recife e Olinda – estes últimos mais abertos do que o modelo baiano dos abadás.
A riqueza desses centros se contrasta com outros cenários do País incluindo nele o Desfile das agremiações carnavalescas de João Pessoa e, se quiser, também de Campina Grande.
Sempre que compareço à Av Duarte da Silveira, palco do desfile na Capital, acabo tomado por sentimentos contraditórios porque, se me animo e exalto a força extraordinária dos carnavalescos em cada escola de samba, tribo indígena ou agremiação de frevo em traduzir seus esforços em alegria pública, do outro lado bate uma dor danada ao atestar que a nobreza dessa gente não esconde a fragilidade de suas estruturas.
O carnaval oficial de João Pessoa precisa ser revisto na sua inteireza. Já não se justifica que continuemos sem uma reformulação estrutural e estética capaz de dar maior brilho em termos qualitativos porque em muitos casos a apresentação de nossos nobres carnavalescos não esconde valores caricatos, mal resolvidos esteticamente, com fantasias de dar dó.
Sei que a partir de amanhã pouco se falará sobre o assunto, mas já é chegada a hora da Federação Carnavalesca dar um grito de rebeldia na direção de partir já agora para a formulação de uma nova estrutura de nosso Carnaval Tradição – tanto em termos de formatação de projeto para captação de recursos como, sobretudo, criação de meios com o SEBRAE/PB e/ou outros instrumentos de capacitação para reensinar nossos carnavalescos a produzir melhor suas fantasias, elaborar com visão atualizada as várias facetas de um desfile, etc.
Não significa romper nem brigar com a Prefeitura – hoje quem banca a festa com pouco mais de R$ 250 mil, mas estabelecer nova forma de sobrevivência sem a cultura de pedintes e de empregados sazonais que se alternam na condição de carnavalesco e comissionado da Prefeitura não permitindo assim um novo estágio de altivez plena.
Como dizia Joãozinho Trinta, o carnavalesco revolucionário do Brasil, quem gosta de pobreza é intelectual, pobre gosta mesmo é de luxo.
Se é assim chegou a hora de tirar nosso Carnaval Tradição da pindaíba.

Última

“Oh quarta-feira ingrata/ chega tão depressa/
só pra contrariar…”

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