O show de Roberto Carlos, na Rede Globo, em pleno dia de Natal tem simbologia que as novas gerações podem não dimensionar, mas é um dos valores de trânsito entre as inúmeras tribos distribuídas pelo pais de Norte a Sul, Leste a Oeste como pouco existe igual.
O conteúdo, em síntese, tem natureza antiga seu repertório é antigo, mas ainda é a maior síntese da convergência da sociedade brasileira.
Nele, o show, Roberto consegue produzir o difícil, que é abrigar perto de si extremos dos gostos como é, por exemplo, a bossa nova, MPB, sertanejo, samba, a musica religiosa, etc, junto dele em nível do que há de melhor produzido.
A estética do espetáculo reúne a condição de potencia estrutural menor que um grande evento americano, por exemplo, está a exigir. Não reúne, nem disputa a grandiosidade do show de Madonna, mas Roberto impõe sobre a natureza de sua historia a mais forte condição de modelo de show exemplar.
Mas, como paraibano/nordestino, você pode ate perguntar: o que isso tem a ver com nossa aldeia, a partir da Paraíba, por exemplo?
Eu, sei lá o que dizer, entretanto, imagino que a capacidade de Roberto expondo diferencial espetacular em reunir tantas condições distintas possa existir como possibilidade de se reproduzir em outros cenários, como o da Paraíba.
Como? Vejamos: enquanto a crise política existe entre nossos principais lideres, que tal admitir que possamos conviver normalmente com as pessoas diferentes ou, que defendem posições diferentes, mas com civilidade?
Repito: calma! Não estou exigindo da realidade nada mais do que conviver com situações de respeito entre as pessoas, minimamente, porque não vai adiantar querer ampliar a crise de relacionamento onde pode haver convivência mínima.
O que Roberto, o Carlos, faz cada fim de ano é isso: mostrar a possibilidade de relacionamento com as diferenças, inclusive políticas.
Só isso. E se é assim, por que não tolerar mais?