A maior luta de Cássio

RECIFE – O governador Cássio Cunha Lima atingiu nos últimos dias o apogeu do inferno astral nunca visto para um líder político de idade jovem, com experiência acumulada, reconhecimento nacional, mas atualmente convivendo com um revés político incomum.

O drama continuado de Cássio não se esgota no mais duro golpe na sua trajetória política, que foi a cassação do mandato pelo TSE. Isso já seria calvário especial, mas a vida – os homens, melhor dizendo – resolveram impor outra mancha preocupante na história vitoriosa do governador, ou seja, a forte nódoa nacional à sua imagem de homem público de valor.

De repente, como se fosse um filme de Alfred Hitocok, o suspense tomou conta da vida do jovem político da Paraíba transformando uma vitoriosa trajetória política numa imagem de maus exemplos com proporção incalculável.

Antes de chegar ao estrago nacional, rememoremos um fato / condição: quando o simplório PCB deu entrada da AIEJ do Caso da FAC o governador jamais imaginaria que, a partir dali estaria se iniciando seu inferno astral.

No principio, mesmo sabendo da composição do Tribunal Eleitoral, Cássio ‘não dimensionou’ a necessidade de diálogo e muitas atenções deixando com seu Jurídico a condução do que se constituiria sua via crucis.

Só que o ‘caldo foi entornando’, a crise se alastrando, a inabilidade política de relacionamento se multiplicando – vide o contrário em recente processo eleitoral em Recife -, as teses esposadas gerando questionamento até que, quando se deu por si, Cássio se viu envolvido no mais draconiano processo contra sua vida pública.

Nesse conjunto de fatores, mesmo admitindo a ação de resultados da turma jurídica de Maranhão, foi o Sistema Correio de Comunicação o principal motor da dissiminação da tese contra Cássio – de ele teria distribuído 35 mil cheques – que não só contagiou a Corte como a Paraíba e, mais recentemente, a mídia nacional.

Os dados processuais indicam que Cássio não distribuiu nenhum cheque, mas de algum tempo em diante passou a ter que conviver com essa condição – não conseguindo, ao que parece, repor as .

Da decisão do TRE em diante a ‘via crucis se ampliou acumulando numa outra fase a crise doméstica somente superada recentemente.

Como no cinema – CORTE / dados da realidade:

Cássio começou a conviver com o inferno astral exatamente no seu melhor momento do Governo, tanto do ponto-de-vista da maquina administrativa, quanto das finanças e de resultados fiscais nunca visto por ele em todo seu tempo de gestão à frente da Paraíba.

A Oposição até insiste em ignorar, mas todo o cenário de queda-livre política iniciada na etapa jurídica se deu exatamente no instante de seu melhor desempenho à frente do Governo com índices positivos do PIB, IDH, redução da mortalidade, etc, enquanto o fogo das ações judiciais queimavam seu presente recente.

Na prática, a cena se dava com a contradição de realidades; de um lado, tendo ajustado a máquina para grandes saltos a partir de 2009, mas nos bastidores jurídicos sua performance era de ‘Joana Dárc’- num bom sentido comparativo – de personagem da história que estava sendo empurrado para a fogueira.

Em síntese, se a cassação foi o maior golpe na sua trajetória, a reação na mídia expondo-o como escória – sem sê-lo – se transformou em maior perda porque afetou sua imagem pública em nível nacional.

A partir de hoje, depois das reflexões, Cássio precisará reconstruir passo a passo a sua condição de referência política além, diante de condição de personagem ferido, muito afetado mesmo, precisando recompor o fôlego de sete gato para compor novo projeto, novas estratégias e até novas relações.

Polari enfrenta sua primeira derrota

A vitoria da professora Cida Ramos, ex-presidente da ADuf, na diretoria do CCHLA, da UFPB, sobre a professora Sandra Moura, atual vice-diretora do Centro, significou o mais duro revés do esquema liderado pelo professor Rômulo Polari, reitor da Universidade Federal, às vésperas da posse do segundo mandato.

Mesmo dispondo de candidata forte e de perfil agregador, algo nada fácil hoje na UFPB, Polari perdeu porque a disputa posterior a Polari com sua atual vice, Yara Matos, se apresentando como futura candidata desde agora gerou reação e boicote de outras figuras próximas do reitor, como Luiz Renato, que também almeja ser reitor por isso trabalhou pro Cida.

É evidente que a nova diretora de Centro tem história na universidade, mas somou-se ainda o apoio do atual diretor Lucio Flavio e o mutirão para impedir que Polari, caso vencesse o CCHLA, se transformasse em semi-imperador político na UFPB.

A impressão é de que a comunidade mandou o recado no sentido de que nem Polari nem ninguém é dominador absoluto da cena, sem esquecer a turma do PSTU, PCO, ou seja, a extrema esquerda que na Universidade encontra guarida, que no processo do CCHLA ficou com Cida, enquanto o PT e outros partidos da frente de Esquerda ficaram com Sandra.

Perderam Lula (?), Polari e a tentativa de hegemonia.

Eis a lição.

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