A Outra Impressão

NOVA YORK – A simbologia que representa o Primeiro de Maio não é diferente, quer seja no centro financeiro e da cultura mundial, onde acabamos de chegar, quer em João Pessoa – cidade bela mas (mal) criada por sua elite insistir em querer viver em guerra constante sem resultado frutífero algum.

Mas, justiça seja feita, por aqui o rigor se mantém em alta desde quando do famoso e nefasto 7 de Setembro de implosão das torres gêmeas se fez existir, mesmo sem perder de vista a oferta fantástica de negócios e lazer, inclusive para seus visitantes .

É visível, sem precisar ser nenhum grande expert em economia, que a crise americana a partir do setor imobiliário produziu o esperado fenômeno de alta visitação de estrangeiros em face da baixa do dólar em relação às outras moedas, entretanto o ritmo da cidade se mantém em alta.

Nas poucas horas, vi poucos torrelandenses na proporção inversa dos orientais – japoneses, coreanos (do sul), isto é, gente de todo o mundo transformando os caixas de hotéis, lojas, teatros e restaurantes novaiorquinos em ambiência de muita freqüência.

Vivemos nesta fase do ano a proximidade com o clima de primavera, embora a doideira do mundo transforme estações e mantenha a temperatura entre 6 e 18 graus, algo somente parecido com o inverno do bairro da Torre – lá pelas bandas do Morro (lugar de maior altitude de João Pessoa) com a frieza a produzir dorminhocos demais.

De fato, recompor a freqüência no Exterior a partir desta bela cidade é condição diferente porque é como se você estivesse numa cena de filme só por estar no lugar onde rodam muitas cenas que acabam nos cinemas do mundo.

No primeiro impacto, mesmo diante da rigorosidade paranóica (mas compreensível) para banir terroristas, sei que meu formato genético deve ter-me confundido com descendente árabe, que não sou, e sim torrelandense, o que deve ter facilitado a autoridade americana a me liberar luxuosamente ao lado de Dona Carla, como a querer dizer: “Este aí está legal, é da turma boa do mundo, a turma que trabalha muito para construir uma sociedade mais justa e geradora de conforto”.

Ele pode até não ter pensado isso, mas foi o que li nos seus olhos e rosto de Rambo amigável.

O Forum das Américas como berço de tudo

Olhar para o Cipriani Wall Street, na Quinta Avenida – muito freqüentada pelos endinheirados do mundo – me remete às cenas que vivi na primeira viagem fora de João Pessoa, sozinho, andando pela Avenida Paulista, lógico em São Paulo. Há diferenças, eu sei, porque lá atrás meus olhares se somavam a um liseu tamanho que olhando para cima dos grandes prédios e bancos.

Desta feita tem diferença porque, embora não me enquadre mais naquela linha de pobreza danada, mas estamos milhões de léguas distantes dos grandes bilionários do mundo.

Só que agora carrego comigo a dimensão de um instrumento formidável chamado Revista NORDESTE, razão de poder dividir espaços comuns com parta a nata executiva mundial.

Deva-se agregar nesta montanha de força midiática contemporânea o saldo do Networking – a grande ferramenta dos tempos modernos para quem quer se sobrepor às adversidades e construie novos passos e caminhos na vida de negócios.

Não tem um executivo brasileiro ou estrangeiro que, no primeiro contato, se impressione e produza comentário positivo em favor da revista. É como se apresente como passaporte da Torre para o Mundo de forma bem resolvida – pelo menos é isso o que se intui com a repercussão da dita cuja.

Fora do bla bla bla, haja debate sobre o mundo

O Forum das Américas, como já disse, terá o auge nesta sexta-feira com as palestras d do ex-presidente Bill Clinton e do premio Nobel da Paz, Al Gore. Acabo de me informar que dois ministros brasileiros, José Múcio e Nelson Jobim, vão estar também falando sobre as oportunidades e estrutura ambiental geradas pelo Brasil na fase contemporânea.

Estive ontem com o ministro José Múcio em Maceió, na reunião dos governadores do Nordeste e na posse do Conselho Deliberativo da SUDENE, mas por não saber desse fato – sua assunção diplomática brasileira em Nova York nem toquei no assunto.

Mas, pelo que auscultei a tese aqui é única: como manter o processo de lucro e desenvolvimento com respeito integral ao meio ambiente. A rigor, começa nos Estados Unidos o desrespeito às normas internacionais acordadas (vide Tratado de Kyoto tão contestado pelo governo americano).

Presumo pela conversa (mas parece torre de babel com gente de muitos idiomas no local), que o Brasil com sua Amazônia e a produção de etanol entre no foco do debate até porque organismos como a ONU resolveram promover campanhas contra o etanol.

Deve haver também momentos para trocas de experiências e de construção do futuro.

As perdas da Paraiba

Nas ultimas horas, por força do convívio com temáticas globais ou de macro-economia, vez por outra procuro identificar como a Paraiba está inserida nessa conjuntura econômica.

Agora mesmo, no aeroporto, na AIRBUS ou no ambiente americano, trocamos algumas idéias e/ou conversamos com experts em economia que projetaram um ar de preocupação com as altas perdas que nosso estado vem acumulando.
Fazendo-me de doido – como diziam os meninos da Torre – quis saber que perda danada era essa – logo eu, curioso para me antenar com as novidades!

De supetão me veio o carrego: “vocês, paraibanos, não sabem dimensionar os prejuízos acumulados com as brigas politicas impedindo o desenvolvimento do estado por conta da crise entre as lideranças do Estado”, disse uma fonte Pule de 10, mas pedindo para não citar seu nome.

Conhecedor da Paraiba, chegou a projetar: “é impossível calcular hoje as perdas porque muitos importantes projetos de alta relevância estrutural (ele citou fábrica da GM, Porto Internacional, Aeroporto de vergonha, enfim, inúmeras grandes obras estruturantes não se consolidaram por conta da crise política”.

Cá prá nós, me bateu uma espécie de banzo, de sentimento dolorido como expressam os negros americanos do Soul- ao atestar o que já sabia, mas sem grande dimensão.

Aí fiquei matutando comigo: quem é que vai pagar por isso!

Última

“Eu penei/ mas aqui cheguei…”

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