Está mais do que evidente, dos últimos dias para cá, que duas realidades se impõem no contexto da vida paraibana a partir das últimas decisões dos tribunais: uma, que concebe a continuidade normal da ação pública promovida no âmbito estadual pelo governador Cássio Cunha Lima e, outra, no plano da busca paralela, em alguns momentos até com registro de exageros na dose e no trato da questão.
Ontem, por exemplo, deu para ficar bem claro essa realidade distinta com atos das duas maiores referências no atual processo político. Enquanto Cássio pontificava no encontro nacional do PSDB atraindo para si o aval unânime em seu favor, na Paraíba, de forma estratégica, o senador reunia aliados para avaliar o cenário e apontar meios de encará-lo.
Na verdade, a ansiedade tomou conta da Oposição, que chega a extrapolar ao querer supor necessidade de Governo de Transição numa realidade constitucional absolutamente desnecessária, posto que inexiste qualquer discrepância ou motivos que apontem para essa condição.
Independentemente da forte disputa travada na Justiça Eleitoral, se faz indispensável distinguir desejo de realidade até porque a própria Oposição ainda prevê mais tempo decorrente do rito processual que trata da cassação de Cássio.
Aliás, no contra-ponto, o governador Cássio mantém sua rotina normal de trabalho mostrando de alguma forma, uma agenda muito mais movimentada do que antes da decisão do Tribunal Regional Eleitoral.
É o que resta ao governador diante de uma situação anômala, distinta, onde o governo prossegue na busca de rever a medida dura da cassação sabendo que está diante de adversários atentos e ávidos por tomar-lhe o assento no Palácio da Redenção, mas que resistirá para impedir tal condição.
Em síntese, é preciso dar tempo ao tempo considerando as regras normais do jogo, mesmo sabendo-se de antemão que o que tiver de ser, será.