A barbárie assusta a Elite

A execução sumária do empresário Robson Ferreira, neste sábado de caos aéreo nos principais aeroportos, mais do que fato grave e policialesco, insere, em face da forma como se deu a morte, a agudeza da criminalidade dentro da elite de João Pessoa, portanto, da Paraíba.

Embora com vida empresarial modesta, até mesmo enfrentando dificuldades para manter o Armazém dos Sabores – proposta interessante para quem dispunha de bom gosto e condições financeiras – Robson compõe por sua trajetória de executivo bem sucedido alguém que esteve da classe média para cima.

É evidente que não estamos vivendo o mesmo grau de periculosidade de algumas favelas do Rio de Janeiro, nem Cité Soleil, o bairro mais violento da capital Porto Príncipe, mas, de fato, há um cenário de forte incômodo na sociedade ( pra dizer espanto geral ) diante da série de mortes seqüenciadas, algumas bárbaras, registradas na capital paraibana.

Conversava neste sábado com a arguta e capaz Adriana Bezerra, editora do Portal WSCOM Online exatamente sobre a banalização dos casos graves se aproximando dos lares pessoenses/paraibanos.

Ontem, se não me engano, a midia tratou como normal o que, no meu quengo torrelandense, considero de alta gravidade humana. Explico: na capital paraibana, um jovem de 14 anos “simplesmente’ degolou um ex-amigo com quem gerou ódio e, pasmem, ficou “brincando com a cabeça como se fosse uma bola de futebol”.

Isso é grave; precisamos reagir fortemente.

O caso de Robson neste sábado também se insere nas barbáries. Se tudo não fosse trágico, como foi, beirou à perversidade somente comum em momentos de guerras civis com o autor da execução reproduzindo o mesmo horror comum nos crimes bárbaros deste mundo.

Nem entro neste momento no mérito ou causa do assassinato – hoje com investigadores projetando-a em torno de divida financeira ou problema de relacionamento afetivo – mas é forçoso dizer que João Pessoa já não se presta mais a ser denominado de ambiente tranqüilo, de paz absoluta.

O trágico assassinato de Robson pela forma chocante certamente que deve desencadear uma serie de ações e mobilizações, sobretudo, da classe média para cima, porque tal cena da barbárie já se faz comum em ambientes mais pobres da sociedade – pior há muito tempo.

Todas as autoridades, especialmente o governador do Estado – Cássio Cunha Lima – estão agora desafiadas a apontar caminhos que minimizem esse clima de terror.

Aliás, por todos os títulos, o encontro dos Governadores do Nordeste no próximo dia 13 de abril bem pode apontar os primeiros movimentos que produzam efeitos na prevenção e no combate à criminalidade. Quem sabe não seja agora a hora também de envolver outros Poderes e a sociedade organizada numa só articulação de resultados!

Ódio como o expressado na execução de Robson Ferreira não se justifica por motivo algum, por isso, se faz indispensável gerar as condições de punição efetiva ao seu executor.

Última

“Onde houver trevas/
que eu leve a luz…”

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