Haja debate e pouca contribuição

RECIFE – Ainda na transição da TAP entre o Primeiro Mundo, o Atlântico e a heróica Paraíba me vejo tomado na capital de Pernambuco com a turma daqui insistindo em continuar inventando com debate e construção muito mais produtiva do que ‘nosotros’ – modernosos ou jurássicos da discussão sobre nosso presente e futuro paraibana. O ‘bafafᒠda Cultura, recentemente, com acusações baratas e infrutíferas entre nós bem ilustram o que digo.

Antes de chegar ao nosso ambiente primeiro, à nossa aldeia tabajara, confesso que fiquei tinindo de satisfeito com a nova sacada da Nação Pernambuco.

É o seguinte: quando fevereiro vier, às vésperas do carnaval, a turma do Leão do Norte resolveu produzir macro debate sobre o novo Pólo Cultural – uma derivação do Pólo Digital reunindo num só tempo a discussão contemporânea do significado TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação), vanguarda tecnológica e Cultura – muita cultura até o gogó com mercado, sem mercado, com o que Deus quiser e vier. Mas com um detalhe: de forma planejada.

Mais na frente, isto é, no Estado de Alagoas, os empresários do ramo da construção civil resolveram sair do casulo e partem agora para reunir todo mundo que cuida de empreendedorismo, de turismo e mercado imobiliário com objetivo único de atrair os investidores na direção do Nordeste como um todo – e não só para um ou outro estado nordestino, que isolado se torna pequeno.

Isso pode ser chamado também de visão universal, holística.

No nosso outro vizinho ao Norte – ele mesmo o Rio Grande, a turma de Natal dá demonstração de capacidade e articulação tão forte que o ultimo lançamento de empreendimento imobiliario trouxe como garoto propaganda simplesmente o Rei Pelé.

Sem entrar no mérito da questão, os empresários responsáveis por esse salto na capital riograndense são os mesmos que, dias atrás, foram presos por conta de pendenga pela construção do Flat Marinas.

Pois bem, ainda “vitaminado” com as altas conversas tidas em Lisboa e Madrid nos últimos dez dias, acompanhei com misto de tristeza e quase desencanto a falta de criatividade e o mau humor dilacerante que toma conta de nossos debates, intelectuais e até dirigentes políticos.

Nunca vi tanta perda de tempo, mesmo admitindo qualidade e formação nos debatedores da Construção do Nada.

Esta é a realidade que, lamentavelmente, a Paraíba insiste em se manter. Sejamos justos: a Paraíba, não; uma turma descontente e disposta a ir até o ultimo instante a evidenciar a inanição qualitativa sem nenhuma contribuição proativa que se possa extrair desse debate de caranguejo.

Sei não, mas ou a Paraíba toma jeito e percebe que há muita discussão positiva em torno de nós, ou ficaremos fadados a assistir o crescimento dos outros ampliando apenas nossa inveja, ciúmes, etc – valores que só levam nosso sentimento para o buraco.

Acordemos todos, minha gente, que o bonde está passando e deixando muitos para trás. Sabida, a meninada da Torrelândia já traduzia esses instantes lá atrás repetindo a velha cantiga: os cães ladram e a caravana passa.

De sorte que precisamos resgatar no mínimo o bom humor e um debate que construa opções sobre o futuro que nossos filhos querem ter.

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