E agora, José?

Os números da nova pesquisa Consult produzida para a Federação das Micro e Pequenas Empresas dando a virada do candidato Cássio Cunha Lima (42,5%) sobre o senador José Maranhão (38%) era o que muita gente, a maioria mesmo do eleitorado, não imaginava estar acontecendo em tamanho grau. Os 4.5% de diferença dariam hoje a vitória a Cássio no primeiro turno.

Se levado em conta a última pesquisa da Consult publicada em junho no Jornal Correio da Paraíba, Cássio gerou de julho para cá, além dos 4.5%, a superação de outros 7,2% porque à época da última divulgação Cássio tinha 37,75% contra 44,95% em favor de Maranhão.

Ora, somando 4,5 de agora mais 7,2% de antes o candidato à reeleição superou-se ao todo em 11,7% em pouco mais de um mês levando em conta o embalo de seu crescimento na inversão da diminuição da rejeição, inclusive na Grande João Pessoa.

Levando em conta os números frios de agora, há de ser indagado por todos: o que levou essa mutação de tendência na sucessão estadual e, ainda, a pesquisa de agora da Consult publicada em O Norte tem a mesma credibilidade de quando veiculada no Correio da Paraíba?

Começo respondendo pelo fim: a Consult merece, sim, crédito por sua ação competente de traduzir o campo na sua crueza, além do mais os números só devem não ter sido publicados no Correio porque seu diretor-presidente, Roberto Cavalcanti, senador com titularidade no lugar de Maranhão, não quis recomendar a exposição de tamanha adversidade do companheiro. Nos bastidores, há tempo se falava nessa mudança.

No xis da questão, a alteração na tendência tem a ver com uma série de erros seqüenciados pela equipe e o próprio candidato quando deixaram ser tomados pela falta de unidade, pela briga interna, o “salto alto” e a falta de estrutura e objetividade no nível inverso do que construiu seu adversário.

É inadmissível que, uma campanha detentora meses atrás de 22% de maioria sobre Cássio – tanto que alguns adesivos chegaram a reproduzir “A maior pisa do mundo”- tenha deixado sair do seu domínio uma cena absolutamente favorável ao senador Maranhão. Isso chama-se incompetência e falta de humildade para conviver com a perspectiva de vitória.

Mesmo assim, ou seja, diante dos números favoráveis a Cássio, agora compete ao senador correr contra o prejuízo e torcer para o adversário incorrer nos mesmos erros do ‘salto alto’ transformando campanha política em agrupamento onde só se via generais.

Quem sabe agora calçando a sandália da humildade possa tentar superar-se na simples ação de lutar, suar distante do ar condicionado. Isso se ainda o tempo e o adversário ajudarem – neste último caso, pode ser que não.

E se for assim, Minas não há mais, José, e agora?

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