RC: desafios e contradições

Quando segunda-feira chegar, a vida pública normal da cidade de João Pessoa estará acatando a retomada do trabalho dedicado do prefeito Ricardo Coutinho – recém chegado de uma viagem seletiva por Portugal, Espanha e Paris. O alcaide passa, então, a conviver com rotinas, projetos e problemas à frente.

Da “Cidade Luz” – como todos sabem – ele sapecou uma Medida Provisória impondo com amparo de norma legal a criação da Secretaria da Habitação Popular tirando da Câmara, para onde a MP um dia voltará, o processo natural de se manifestar sobre a matéria.

Antes de nos ater sobre a MP da Habitação, revejamos alguns fatos ou situações que geram valores em torno de atitudes de Ricardo revelando um lado então desconhecido de sua personalidade, que é reagir na força e radicalidade a tudo o que é questionado, isto é, sem tolerância e pouco diálogo contradizendo assim ao seu perfil e origem democrática.

Objetivemos: amparado pela formação e vínculo com os movimentos populares, o prefeito serve-se dessa condução, mais para contribuir com seu projeto político futuro via implementação em pouco tempo de diversas ações relevantes na cidade, ao mesmo – o que é contraditório – mostrando-se intolerante no diálogo em vários momentos no trato de dificuldades com setores pontuais.

Foi assim, na base do jogo duro, a posição assumida com setores dos ambulantes; nesse mesmo diapasão posicionou-se duro com a construção civil no trato da outorga honerosa, como também na relação com o Legislativo onde tem Minoria porque até agora vem se mostrando sem habilidade na costura das relações.

Prefeito com forte perspectiva futura, a partir do alto controle dos recursos públicos, portanto, imprimindo nova cultura no trato com serviços e dinheiro público, Ricardo Coutinho ainda se atropela na condução de alguns processos, particularmente quando acha que está acima do bem e do mal – o que inexiste para ele ou quem quer que seja.

O caso da MP demonstrou essa exorbitância desnecessária, pois atropelou sem necessidade a costura do seu vice-fiel Manoel Júnior e assumiu com o ato provisório que está sem condições de conquistar a aprovação na base do diálogo e do convencimento, exatamente pela postura em tese autoritária de impor o que quer.

Em quase 1 ano de Governo, Ricardo já fez muito, mas precisa rever a forma de relacionamento com os setores e pessoas porque, do contrário, ainda vai levar muita bordoada pela frente gerando mais desgaste, antes inexistente.

Lá no Bairro da Torre, Seu Manoel da Barbearia do Mercado, geralmente analisando casos assim, sempre dizia: “Quem avisa, amigo é”.

Eita! Fico, como analista político, expondo superficialmente o que é mais do que isso.

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