Poucos países têm a prevalência de conviver com um Ministro da Cultura fazendo as várias facetas de uma história vitoriosa como líder político, artista e intelectual ao mesmo tempo, afora a condição de defensor do meio ambiente.
Neste domingo, contudo, não me contive na cena do nosso Ministro adentrar ao palco do Domingão do Faustão para dançar e cantar, inclusive uma música boba, frágil, mas famosa e regravada agora no Axé, com Ivete Sangalo.
Falo (escrevo) sobre o tema a cultura porque ainda é o verniz que melhor lubrifica a alma, logo nós, tabajaras, recém concluídos com o XI Fenart.
Pois bem, no Faustão o domingo de elogio sem fim exageradamente banal, mas verdadeiro reunindo Nelson Mota, que disse por aqui inexistir música de paraibanos, mas tem de baianos -, além de Caetano Veloso, Fátma Bernardes, etc numa oba oba típico da cultura de patotas do Brasil. Isso não tira o mérito de Ivete Sangalo, contudo,
Fico à vontade para falar desse universo musical porque meu avô (Severino) e meu pai (Antonio Cândido) in memorian – fundaram a Malandros do Morro, portanto, tenho origem no samba e ando frenético há tempo diante do frevo a partir dos Bandeirantes da Torre, mas confesso que gosto da levada baiana, inclusive certa vertente do axé.
A Bahia me atrai não mais por tudo o que já foi dito, mas pela imponência da auto estima que faz todo mundo reverenciar o que antes era senzala e racismo puro. A Globo, os intelectuais que embolsam uma grana boa em nossa aldeia e sai por aí falando mal das coisas, enfim, todos e a inteligentzia brasileira se renderam à fortaleza político-cultural baiana.
A força de opinião dos veículos de comunicação e das ambiências intelectuais do Sul não pára de se encantar e falar dos baianos e de inventos(?), como o axé, na forma de uma das mais expressivas formas de manifestação cultural.
Na contra-mão desse conceito estão importantes amados, mal amados e armados compatriotas deste aldeia Parahyba raivosos contra o axé, insultantes inimigos de toda a novidade que venha dessa manifestação, tanto que convivem com o axé no Folia de Rua, tantos até balançam o pé bacana, de aprovação, mas no discurso, na relação normal odeiam esta vertente musical entre nós.
O fato é que na maioria dos grandes e médios blocos do Folia de Rua, tirante os trios de Fubá, Lis, Madruga, Gracinha, etc, em massa os trios subseqüentes só tocam ou reproduzem o tal axé odiado por tantos. É como se, para essa minoria inteligente, o diabo morasse dentro desta forma atual que fez o Ministro da Cultura dançar no líder de audiência televisivo nacional.
Se é assim, então, até quando vamos continuar com essa birra besta, com esse preconceito cultural sem sentido, sobretudo, quando perdura na argumentação a opção pelo frevo, que a propósito é pernambucano, paraibano, baiano e tal?
Ao contrário dessa intriga e mau humor, por que não inaugurarmos um novo momento de abrigo de todas as tendências, todas as tribos, todas as maneiras de manifesto, seja lá qual for. Briga mesmo, penso assim, deveríamos faze-lo apenas para defender nossa estima, sempre anda mal resolvida porque insistimos na cultura da divisão.
É hora, ainda é hora, de se partilhar a unidade, reforçar a união de esforços e admitir as diferenças como forma de convivência para construir um estágio de vida social na Paraíba, em João Pessoa particularmente agora me porto porque só estima alta, com elevação do respeito mútuo poderemos chegar a um lugar melhor.
Chega da cultura de patotas, do divisionismo que nos torna menor. Precisamos, portanto, crescer preservando a unidade possível sem medo de ser feliz.
Domingo do PTB
O deputado federal Carlos Dunga foi reconduzido à presidência do PTB estadual em convenção registrando a presença do líder petebista na Câmara, José Múcio, do governador Cássio Cunha Lima, além de deputados, prefeitos e lideranças municipais.
Dunga ratificou, em nome do PTB, apoio do partido à reeleição de Cássio.
Falas paralelas
Na convenção do PTB, José Múcio revelou pela primeira vez que foi Carlos Dunga quem, ao lado de Philermon Rodrigues, lançou sua candidatura como líder do partido na Câmara Federal.
Já o governador Cássio lembrou os primeiros passos dados na vida política nos idos anos 80 ao lado do presidente reeleito.
PMDB no Interior
Os senadores José Maranhão e Ney Suassuna não pararam, também, de encontros e eventos no interior do estado, a partir de Sousa no festival do Côco.
Os pemedebistas andam falando em novo momento na fase de pré-campanha ao governo e senado.
Avaliação política
Será hoje, ainda em local não definido, o encontro de Cássio com o núcleo central do governo para avaliação sobre o momento político estadual, antes e depois de sua viagem de Portugal.
Cássio vai se reunir com Inaldo Leitão ainda hoje para definir o futuro do parlamentar com a decisão de Armando Abílio de retornar à Câmara Federal.
Inaldo não está nada satisfeito.
Umas & Outras
…O vereador Benilton Lucena acha que a Secretaria de Habitação será aprovada pela metade, isto é, ao invés de status macro será convertida a Pasta executiva, isto é, sem o tamanho proposto.
… Diego Tavares se mantém ágil e múltiplo em termos de apoios para a Assembléia Legislativa.
…A turma do som dos grandes eventos, como no Fenart, precisa se cuidar mais e melhor para não matar as produções e os artistas com as microfonias absurdas.
…O Governo está rindo com a decisão do deputado Gervásio Filho de tentar emplacar CPI contra a MIX. Não há a menor possibilidade de afetar a política em curso, garantiu um peso pesado.
…José Ricardo Porto andou por Recife, antes do vazamento da CPI.
Última
Uma vez Flamengo/
Flamengo até morrer…