Arraes, o legado e a Paraiba

2005 levou Miguel Arraes para o plano da vida mitológica. Desde a sexta-feira passada, Pernambuco, setores populares, intelectuais e lideres políticos do país inteiro lamentam a interrupção da trajetória legendária de um dos mais influentes Esquerdistas da América do Sul. Morreu uma voz na defesa popular em tempo de busca de prumo nacional.

Sejamos francos, a elite neoliberal o detestava exatamente por seu compromisso socialista, como poucos fizeram no exercício do poder, pela opção que fez pelo setores mais pobres da sociedade. Chamá-lo de “Pai dos Pobres”, como tantos em Pernambuco fizeram, é pouco para sua condição de crítico histórico advindo do desequilíbrio entre capital e trabalho.

Arraes tem a ver com a Paraíba pelo eco do que representaram pessoas como Assis Lemos, Antonio Mariz, Humberto Lucena, Ariano Suassuna – mais recentemente Ricardo Coutinho e Nadja Palitot – sobretudo, lá atrás nas lutas difíceis dos anos 60/70 quando foram construídas as bases fundamentais de seu perfil reconhecido em favor dos mais humildes.

Ligas camponesas, exílio, redemocratização, governo popular claramente exposto são expressões – focos da história brasileira identificando Arraes na lista ilustre dos que construíram a história contemporânea sem medo de baionetas, balas e perseguições aos que pelo ideário ideológico foram tratados na base da porrada.

O tempo, sábado e domingo últimos, serviu de palco nacional para ratificar a alta significação de Arraes diante das matizes ideológicas forjadas no centro e na esquerda com a presença testemunhal de tanta gente importante, sobretudo das caras populares de Pernambuco.

Não há, afora o trajeto de vida identificada com os pobres, como ignorar o esteio de Arraes pela conduta retilínia no uso do dinheiro do Poder – nunca para beneficio particular, visto que sempre teve vida de classe construída por suor próprio, mas para as cabeças acostumadas com chapéus de palha, ávidas por um pedaço de terra, por uma vida digna qualquer.

Perfis como de Arraes fazem falta neste tempo de respingos lameados no processo de vida brasileira, tanto que o presidente do PSB permanecerá no inconsciente coletivo de tantas gerações como modelo e exemplo de brasileiros que a sociedade quer ver representada na defesa da dignidade nacional.

A última conversa

Nas viagens corriqueiras que fazemos à Brasília, lembro-me que, da última vez, no Aeroporto em Brasília, falamos sobre a Paraíba. Falou do encanto pelo desempenho do prefeito Ricardo Coutinho e da superação da crise interna, sem antes tocar espontaneamente na luta de Nadja Palitot.

Perguntei sobre seu relacionamento com o governador Cássio, a possibilidade dele ingressar no PSB, mas Arraes desconversou.

Lá pras tantas, por condução espontânea da conversa, perguntou-me por que o deputado Inaldo Leitão não assumia a condição de filiado ao PSB? Respondi não puder falar do que é restrito ao parlamentar, daí saímos para embarcar no vôo BSB/Recife/JPA.

Comitiva paraibana

O governador Cássio ainda chegou a ser anunciado nos funerais, mas terminou não comparecendo como previa o secretário de Comunicação, Sólon Benevides, em conversa por telefone.

Mas, a cúpula do PSB paraibano se fez presente. Do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (comandante da legenda), das vereadoras Nadja Palitot (vice-presidente do partido) e Paula Frassinete, além do secretario Edmilson Soares e o ativista e professor Rubens.

WSCOM faz história

O jornalista Onivaldo Júnior levou o Portal WSCOM Online a ser o único veiculo de comunicação da Paraíba acompanhando ao vivo os funerais do ex-governador de Pernambuco.

Evaldo Costa, assessor de Arraes e amigo do Colunista desde lutas da Fenarj quando fomos candidato a vice-presidente nacional na chapa encabeçada por Armando Rolemberg, deu abrigo às condições da WSCOM dar um banho de cobertura direto de Recife.

Avaliação positiva

Cássio tem análise positiva da presença do governo do estado nos municípios. Segundo ele, as reações populares obtidas no contato cara –a – cara têm gerado empatia positiva em sua direção.

Para o governador, o resultado lhe estimula a ampliar a repetir a dose, agora, na próxima semana, em Cajazeiras.

Última

“O nome/ a obra imortaliza…”

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