Como fica o futuro

Não é só porque o governador Cássio Cunha Lima adiou o anúncio de sua definitiva condição partidária, depois da audiência com o presidente Lula, que há um burburinho interminável em querer entender e projetar as novidades na direção do futuro da disputa do poder em 2006. O processo em si está longe, muitos devem concluir, mas são diversos os cenários projetados e trabalhados já a partir de agora.

Para se ter uma idéia, tomemos como referência a declaração dada pelo presidente estadual do PTB, deputado federal Carlos Dunga, projetando que o candidato à reeleição Lula possa ter até três candidatos ao Governo na Paraíba. “Com a vinda do governador para o PTB, a projeção é essa, ou seja, de Lula ter até três palanques na Paraíba”.

Traduzindo essa futurologia de Dunga, Lula teria como aliados/candidatos o governador Cássio pelo PTB, o senador José Maranhão no PMDB e a hipótese de Luiz Couto ser ungido a essa condição pelo PT.

Se essa hipótese tem sentido, portanto, tem chances de existir, é de se indagar em qual cenário e com quem o PSDB vai se compor e lançar candidato porque, qualquer principiante sabe que a estrutura tucana nacional trabalhará duro visando construir uma base aliada na Paraíba porque nem todo mundo votará em Lula até porque precisa de palanque para seu candidato a presidente.

É dentro desse cenário, ainda, que surge uma indagação forte: como a cúpula tucana nacional abrigará a figura do ex-prefeito Cícero Lucena, que quer ser candidato ao Senado pelo PSDB, mas com aliança mantida na direção de Cássio?

Ora, se há uma tendência de Maranhão, Cássio e Luiz Couto de apoiarem Lula, quem será ungido então para contra-ponto, levando em conta ainda que o senador Efraim Morais é na conjuntura atual o único líder político local com posição absolutamente contrária, do mesmo jeito que faz o PSDB nacional, ao governo Lula.

Se isso é verdade, indaga-se portanto: a condição de Efraim pode lhe render pressão das cúpulas nacionais do PFL e PSDB para motivá-lo a ser candidato ao Governo da Paraíba?

O fato real é que se desenha pro futuro um ajuntamento de apoios em torno de Lula forçando desde já os tucanos e pefelistas em nível nacional a pensarem e debaterem o caso da Paraíba de forma diferente.

Como se vê, mesmo sem forçar há um fluxo atiçando o senador Efraim, que continua mudo, calado e na sua.

Onde isso vai dar, só o tempo dirá.

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