A realidade vivida por Campina Grande nos últimos dias diante de um forte, mas sutil embate político sobre quem mais faz pela cidade ( Governo X Prefeitura ) a partir da Micarande, é apenas um retrato 3 X 4 do que está sendo montado pelos dois principais grupos políticos do estado ( Cássio e Maranhão) para até 2006, ano da disputa pelo Governo.
De fontes fidedignas tenho informações seguras que o Governo Cássio vai investir pesado no Maior São João do Mundo como a querer rivalizar publicamente os espaços com o principal anfitrião da cidade, o prefeito Veneziano Vital.
Se é assim, diga-se de passagem, que o know how adquirido em pouco tempo por Veneziano/Vital Filho aponta para uma arrojada operação dos meninos já agora para cercar-se das condições financeiras e estruturais capazes de garantir o comando absoluto do processo. Cada vez mais esse busca de comando será maior.
Por força desse contexto, já é possível projetar a democrática (espera-se civilizada) guerra de marketing e mídia com cada uma das partes querendo faturar publicamente com vistas, obviamente, a atrair encantamento público que se traduza em votos mais na frente.
É uma situação atípica, porque nos 22 anos anteriores havia uma supremacia exclusiva dos Cunha Lima, que deixou de existir em face da inserção bem posta de Veneziano em bem pouco tempo de gestão pública real criando contra-tempo em nível nunca esperado por Cássio e grupo.
Exatamente por conta desse novo cenário de poder na cidade é que surgem as figuras dos senadores José Maranhão e Ney Suassuna com principais contendores da disputa futura para o Governo e Senado em 2006, agora dispondo de suporte antes inexistente de transitar com mais respaldo em Campina, condição essa impossível de acontecer anteriormente quando a máquina administrativa fulminava todos seus passos, especialmente de Maranhão.
Desta feita, com Veneziano no poder coadjuvado por Vital, pela primeira vez na história política de Campina, o senador Maranhão poderá circular na cidade sem pedir licença ao grupo adversário podendo gerar, de acordo com o desempenho do atual prefeito, a implosão da vitória acachapante de Cássio em 2002 sobre o candidato Roberto Paulino.
Como se vê, o cenário é outro inteiramente, em tese sem a hegemonia do grupo Cunha Lima porque, se antes era quase 90% de aprovação à sua candidatura, certamente que em 2006 esse percentual não se repetirá, ao contrário, podendo diminuir significativamente dependendo da performance do Cabeludo, das invencionicesde Vitalzinho e da perspicácia de Zé e Ney. Não esqueçamos o resultado do ano passado rachando a cidade, cuja condição foi e é mais desfavorável a Cássio por ter sido absoluo.
Em síntese, Campina será o principal palco de guerrade 2006 exatamente pela necessidade de Cássio tirar diferença eleitoral de João Pessoa (desfavorável) num patamar que, em 2002 deu certo, mas agora já não pode contar com essa certeza porque o quadro mudou tirando-lhe o único brilho.
Tem um Cabeludo e dois Baixinhos atrevidos querendo tomar conta da festa.
Público-Privado
O coordenador da Micarande 2005, Vitalzinho Vital, admitiu em conversa com o Colunista a possibilidade da prefeitura abrir o debate sobre a privatização do evento.
– A Parceiro Público Privado creio ser a opção mais adequada para a auto-sustentabilidade da Micarande pelo alto custo que demanda para os cofres públicos, daí ser pertinente a inserção da iniciativa privada de forma mais forte no evento assegurou.
Ainda sobre Micarande
Acompanho a Micarande desde sua primeira edição no Governo Cássio. Campina não dá crédito, mas o evento foi concebido pelo publicitário Lucas Sales e prontamente absorvido pelo então prefeito.
Veio o processo de vida política com Lucas rompendo com Cássio em face de espaços rivalizados pela MIX, que chegava a Campina conquistado pelo governador Ronaldo Cunha Lima, ainda hoje encantado com a produção de José Maria de Andrade e Jurandir Miranda, cabeças do processo formulador de mídia e campanha.
Volto a lembrar do fato porque estive no primeiro momento em meio aos estandartes do Muriçocas do Miramar chegando até hoje nesse chamego com Campina.
Engraçado, este ano não vi Lucas como esperava na produção da festa, embora estivesse lá no camarote vendo a banda passar.
Na festa de Cássio
O G-6 (grupo intitulado independente) esteve presente à festa do governador Cássio no sábado passado, na Fazenda do secretário Chefe da Casa Civil, Ivandro Cunha Lima.
Na área ocupada pelos convidados e familiares do governador, só não foi visto o deputado estadual Pastor Pausto.
Saida de Fred
Surpreendeu a decisão do coordenador de Turismo, Fred Ozanan, de deixar o cargo um dia depois de concluida a Micarante – evento para o qual contribuiu na versão deste ano.
Os argumentos do multimidia revelam seu temperamento de não deixar acumular problemas ou contensioso.
A equipe de Veneziano está desfalcada de um assessor dedicado e conhecedor de causa das questões da área.
Umas & Outras
…O secretário de Planejamento do Governo, Cícero Lucena, só agora viu que fazia sentido ponderações de amigos para que ele só assumisse cargos depois de um tempo de descanso.
…O presidente da Assembléia Legislativa, Rômulo Gouveia foi escolhido coordenador da comitiva de parlamentares da Unale que embarcam hoje para uma semana no Parlamento nos Estados Unidos.
Última
“…Sou perecível ao tempo/ vivo por um segundo…”

